sábado, 12 de julho de 2008

A Felicidade

Não está no dinheiro, porquanto, a cada passo, surpreendemos irmãos nossos, investidos na posse do ouro, a se confessarem desorientados e infelizes; importa reconhecer, porém, que o dinheiro criteriosamente administrado, transfigura-se em poderosa alavanca do trabalho e da beneficência, resgatando lares e corações para a Vida Superior.

Não está na inteligência, visto que vemos, em toda parte, gênios transviados, utilizando fulgurações do pensamento em apoio das trevas; urge anotar, no entanto, que a inteligência aplicada na sustentação do bem de todos será sempre uma fonte de luz.

Não está na autoridade humana, de vez que habitualmente abraçamos criaturas, altamente revestidas de poder terrestre, carregando o peito esmagado de angústia; é necessário observar, todavia, que a influência pessoal em auxílio à comunidade é base de segurança e fator de harmonia.

Não está nos títulos acadêmicos, porque, em muitas ocasiões, encontramos numerosos amigos laureados com importantes certificados de competência, portando conflitos íntimos que os situam nos mais escuros distritos do sofrimento e da aflição; não será, contudo, razoável ignorar que um diploma universitário, colocado no amparo ao próximo, é uma lavoura preciosa de alegrias e bênçãos.

Não está no que possuis e sim no que dás e, ainda assim, não tanto no que dás como no modo como dás.

Não está no que sonhas e sim no que fazes e, sobretudo, na maneira como fazes.

Felicidade, na essência, é a nossa integração com Cristo de Deus, quando nos rendemos a Ele para que nos use como somos e no que temos, a benefício dos semelhantes. Isso porque todo bem que venhamos a fazer é investimento em nosso favor, na Contabilidade Divina.

Em suma, felicidade colhida nasce e cresce da felicidade que se semeia, ou melhor, à medida que ajudamos aos outros, por intermédio dos outros, o Céu nos ajudará.

(Pelo Espírito Emmanuel. Livro: "Passos da Vida". Psicografia:Chico Xavier)

Perversões Humanas

Nunca ouvimos falar tanto das perversões humanas como nos últimos tempos. São palavras comuns aos nossos ouvidos: pedofilia, abuso sexual, prostituição, violência, corrupção, exibicionismo físico, curtições e outras formas de exacerbação da personalidade. É verdade que alguns poderão até argumentar, mas, espera aí, alguns desses exemplos são crimes, outros não. Eu diria que o limite da noção de crime aqui é meramente semântico e de desdobramento das conseqüências. Mas na raiz de todos eles vamos encontrar a mesma matriz, ou seja, a falta de controle humano ante suas paixões ancestrais. Levando uns ao crime, outros ao completo desequilíbrio.
Para os que não acreditam na reencarnação, a idéia de Deus há muito tempo que já está abalada, porque, internamente, não conseguem entender como um Deus todo poderoso e bom possa permitir tamanhas atrocidades. Falta-lhes, portanto, a noção de que o homem é herdeiro de si mesmo e colhe no tempo e no espaço o resultado de suas ações: é a lei de ação e reação , ou de karma, como preferem outros.
Então ,quer dizer... ?
Quer dizer que na aparente babel em que vivemos, cada um recebe de acordo com o que plantou.
Pode parecer assustador e já afirmamos isso em outra oportunidade, mas é a grande lei que mantém a harmonia do universo. Porque se o ser praticasse o mal e não tivesse conseqüências, não teria nenhum motivo para voltar-se ao bem. Assim, a conseqüência existe, força o indivíduo a rever seus valores, experimenta aquilo que fez outros sentirem para que não deseje mais fazer aos outros o que não quer para si. É uma lei sábia e profunda. Que só um espírito de amor e justiça infinita poderia conceber.
Esqueçamos a noção de inferno, de castigos eternos, portanto, vamos nascer e renascer quantas vezes necessitarmos nos purificando a cada passo, substituindo os velhos vícios por hábitos salutares, deixando nosso egoísmo, nosso orgulho, nossa vaidade, ser modificada a custa de experiências, nem sempre agradáveis, mais necessárias.
Será possível conceber uma ordem universal melhor do que essa?
Alguns acham que não deveríamos sofrer, que deveríamos ser felizes, que não deveria haver o mal. Seria muito fácil tudo isso, se fôssemos meros bonecos ou fantoches de Deus. Ou quem sabe robozinhos programados, sem individualidade. Não, não foi esse o projeto divino. Ele nos criou simples e ignorantes para que através das experiências, do livre arbítrio, aprendendo, errando e acertando nos tornássemos a sua imagem e semelhança, não fantoches, mas seres plenos de individualidade e luz conquistada a custa do próprio esforço.
Para muitos é revoltante essa verdade, queriam a liberdade sem a responsabilidade, o prazer sem o respeito, a plenitude sem o sacrifício. Por isso muitos permanecem, depois da morte do corpo físico, ilhados nas regiões umbralinas, alucinados uns, revoltados outros, ombreando com os encarnados que sem encontram na mesma faixa que eles, sem optar por aceitar e renovar.
Não nos espantemos, pois, com os quadros atuais com que deparamos, eles sempre existiram e continuaram a existir, enquanto cada um não resolver mudar o caminho e voltar-se para Deus, para as lições do Cristo, para o amor e o bem. O mal é exatamente a ausência do bem, não de demônios, etc...
A grande publicidade que as perversões a que nos referimos no início têm recebido, é que fazem crer num quadro de total degradação. Mas não é desse jeito. A divulgação excessiva, por outro lado, tem ajudado a levantar questionamentos, propor mudanças nas leis, despertar o homem das paixões animalescas para uma outra concepção de vida . Todos necessitamos orar e vigiar, para que não sejamos nós os próximos a ocupar a mídia , expostos como verdadeiras bestas feras, quando apenas somos o fruto dessas paixões insistentemente cultivadas. O corpo morre, mas o espírito é imortal e eterno, os que se foram sobre as injunções do crime, dos abusos, se libertaram. Provavelmente quitaram débitos do passado, colheram o fruto amargo de antigas ações criminosas, estarão em paz ,logo compreendam a situação... Os seus verdugos, por sua vez, serão os candidatos a novas expiações dolorosas, experimentando em “carne viva” seus atos infelizes de agora.
Não é sem motivo que a grande divisa espírita e cristã é: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO. E a caridade é amor ao próximo, é renúncia, é consciência do dever a realizar , sem o que continuaremos apegados a nós mesmos, rememorando práticas selvagens e bárbaras, distantes da angelitude que nos aguarda, mas virá , ainda que tarde...
Lembremos a palavra do Mestre: EU VENCI O MUNDO. Sejamos os vencedores de nossas paixões inferiores e ascenderemos na escala evolutiva, rumo a regiões de beleza e encanto inimagináveis.

sábado, 5 de julho de 2008

Diante da Lei

O espírito consciente, criado através dos milênios, nos domínios inferiores da natureza, chega à condição de humanidade, depois de haver pago os tributos que a evolução lhe reclama. À vista disso, é natural compreendas que o livre arbítrio estabelece determinada posição para cada alma, porquanto cada pessoa deve a si mesma a situação em que se coloca.
Possuis o que deste.
Granjearás o que vens dando.
Conheces o que aprendeste.
Saberás o que estudas.
Encontraste o que buscavas.
Acharás o que procuras.
Obtiveste o que pediste.
Alcançarás o que aspiras.
És hoje o que fizeste contigo ontem.
Serás amanhã o que fazes contigo hoje.
Chegamos no dia claro da razão, simples e ignorantes, diante do aprimoramento e do progresso, mas com liberdade interior de escolher o próprio caminho. Todos temos, assim, na vontade a alavanca da vida, com infinitas possibilidades de mentalizar e realizar.
O governo do Universo é a justiça que define, em toda parte, a responsabilidade de cada um.
A glória do Universo é a sabedoria, expressando luz nas consciências.
O sustento do Universo é o trabalho que situa cada inteligência no lugar que lhe compete
A felicidade do Universo é o amor na forma do bem de todos.
O Criador concede às criaturas, no espaço e no tempo, as experiências que desejem, para que se ajustem, por fim, às leis de bondade e equilíbrio que O manifestam. Eis por que permanecer na sombra ou na luz, na dor ou na alegria, no mal ou no bem, é ação espiritual que depende de nós.

EMMANUEL
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Do livro: Justiça Divina.