domingo, 21 de dezembro de 2008

Prontos para Continuar


2008 está chegando ao fim, entre desafios, lutas e experiências, creio que a conclusão a que podemos chegar é que vale a pena continuar seguindo em frente. Somos passageiros dessa jornada que mais dia menos dia acaba, e o importante é o saldo que vamos ter de tudo. Que ainda não somos perfeitos já sabemos, mas o que podíamos fazer para atenuar nossas mazelas? Que passos demos em direção ao outro para servir desinteressadamente? Até que ponto soubemos ser fiéis a nós mesmos freiando nossos instintos e tendências latentes?
Sei que são questões diversas que só cabe a cada um responder no íntimo de si mesmo. E qual a importância delas? Bem, isso também só cada um, em particular, pode avaliar.
Ano Novo vida nova. Depende de cada um, sempre! Portanto agradeçamos a Deus por todos os recursos que nos foram oferecidos ao longo dos dias que fecham este ciclo, agradeçamos os amigos, agradeçamos tudo enfim, pois nos serviram mesmo que não saibamos avaliar como. E lembremos que o nosso destino são as estrelas.
Paz para todos e votos de felicidades duradouras e enriquecedoras.

Nery

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Essencialmente Educativa

Seguimos a maneira de aventureiros em busca de sensações e realizações. Mas na maioria das vezes ignoramos os verdadeiros chamados que nos são dirigidos pela vida.
Permanecemos de tal forma atrelados aos nossos velhos hábitos e concepções que não conseguimos nos desprender de suas manifestações e resultados, ainda que eles nos
façam sentir-nos velhacos e infelizes, cansados e irrealizados.
Nem sempre discernir é suficiente. É preciso a coragem verdadeira de mudar os rumos que estamos escolhendo. É preciso novas atitudes para que as velhas cedam à razão e ao sentimento.
Estas novas atitudes, entretanto,parecem não surgir, parecem ser impossíveis de acontecer, pela nossa insipiência ou falta de convicção. E continuamos...
Mas ledo engano pensar que não estamos avançando. A vida é como uma oficina em que estamos sujeitos à forja e ao martelo diários, ela é essencialmente educativa. Mesmo tendo dificuldades, vamos recebendo as lições de que necessitamos e, a exemplo de uma terra adubada, vamos sendo preparados para uma dia fazer surgir o comportamento novo que, no fundo, desejamos. Enquanto ele não vem, é verdade, teremos que lidar com as consequências das ilusões e dos enganos que nos permitimos diariamente, é fatal.
Mas o importante é não deixar de olhar para frente, sabendo que um dia, não como por milagre, mas por força desse conjunto de processos que constituem nossa existência no planeta, daremos o salto de qualidade.
Praza a Deus possamos, sem demora, atingir a maturidade dessa compreensão e dessa transformação que, quando construida conscientemente, poupa-nos de muitos percalços e dores.

sábado, 30 de agosto de 2008

O Exercício da Confiança

Tudo que vivenciamos na vida,
Aqui e ali, hoje e ontem,
Vão nos ensinando coisas.
Às vezes nem percebemos,
Que já não somos os mesmos...

À medida que as ilusões arrefecem
Vamos ficando mais maduros,
Vamos desenvolvendo uma espécie
De compreensão melhor da vida.
Coisas que antes eram urgentes,
Agora deixam de ter importância.

Começamos a mergulhar em nós mesmos,
Percebendo que é em nós que a vida se plenifica,
Não é no outro, nem em realizações transitórias,
Que na maioria das vezes só tem um valor
Meramente circunstancial, sem nos tornar melhores,
Nem mais felizes.

Nem sempre é um percurso pacífico,
Esse da percepção de si em amplo aspecto,
Se somos renitentes nas paixões – sofremos
Se nos julgamos vítimas – nos alienamos.
Se endurecemos o coração – nos isolamos.
E, por vezes, será assim, até que desvistamos
Essa casca de emoções doentias que ainda
Nos assinala a condição humana.

Mas o tempo não pára, nem a vida cessa,
Tudo se renova ante os ventos do progresso.
O que hoje é tristeza, amanhã será experiência.
O que hoje é fantasia, amanhã será o Não consciente.
O que hoje é crueldade, amanhã será o serviço sem trégua.
O que é desamor, será a doação incondicional.

Apenas confiemos em Deus,
Mesmo que não saibamos como confiar.
Mesmo que tenhamos desconfiança, deixemo-lO nos levar.
Sua justiça não falha nunca.
Sua bondade não tem fim.
E quando pudermos compreender isso,
Tudo será somente PAZ e AMOR.

Nery

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Favor Divino

Não te queixes de Deus porque dificuldades te povoem a vida.
Certamente Deus conhece todos os programas de ação que te estruturam a existência.
O parente difícil, a casa em provas, as tarefas árduas, a conquista de simpatia, o relacionamento espinhoso...
Tudo isso poderia Deus suprimir num momento.
Entretanto, sem os familiares incompreensivos, não conhecerias o amor; fora dos obstáculos domésticos, não adquiririas responsabilidade;
fugindo aos encargos de sacrifício, não terias experiência; longe da procura de apoio, não praticarias fraternidade e desertando das lutas de equipe, acabarias desconhecendo o valor da cooperação.
...Convence-te de que Deus pode sanar qualquer preocupação, mas deixa-nos a cada um a bênção do trabalho, de modo a que consigamos sair da ingenuidade e da inércia, para sermos, um dia, colaboradores conscientes da Divina Sabedoria
que sustenta a Criação.

Espírito: MEIMEI
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Amizade" - EDIÇÃO IDEAL

Isso é da Lei de Deus

ISSO É DA LEI DE DEUS

Tolera, construindo
Todo o bem que puderes
Não exija dos outros
Dons que ainda te faltam.
Erros nos companheiros
Poderiam ser nossos.
Aceita as provações
Por exames de fé.
Trarás contigo a paz
Que fizeres nos outros.
Temos sempre o que damos.
Isso é a lei de Deus.
Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro - "Tocando o Barco" - EDIÇÃO IDEAL

sábado, 12 de julho de 2008

A Felicidade

Não está no dinheiro, porquanto, a cada passo, surpreendemos irmãos nossos, investidos na posse do ouro, a se confessarem desorientados e infelizes; importa reconhecer, porém, que o dinheiro criteriosamente administrado, transfigura-se em poderosa alavanca do trabalho e da beneficência, resgatando lares e corações para a Vida Superior.

Não está na inteligência, visto que vemos, em toda parte, gênios transviados, utilizando fulgurações do pensamento em apoio das trevas; urge anotar, no entanto, que a inteligência aplicada na sustentação do bem de todos será sempre uma fonte de luz.

Não está na autoridade humana, de vez que habitualmente abraçamos criaturas, altamente revestidas de poder terrestre, carregando o peito esmagado de angústia; é necessário observar, todavia, que a influência pessoal em auxílio à comunidade é base de segurança e fator de harmonia.

Não está nos títulos acadêmicos, porque, em muitas ocasiões, encontramos numerosos amigos laureados com importantes certificados de competência, portando conflitos íntimos que os situam nos mais escuros distritos do sofrimento e da aflição; não será, contudo, razoável ignorar que um diploma universitário, colocado no amparo ao próximo, é uma lavoura preciosa de alegrias e bênçãos.

Não está no que possuis e sim no que dás e, ainda assim, não tanto no que dás como no modo como dás.

Não está no que sonhas e sim no que fazes e, sobretudo, na maneira como fazes.

Felicidade, na essência, é a nossa integração com Cristo de Deus, quando nos rendemos a Ele para que nos use como somos e no que temos, a benefício dos semelhantes. Isso porque todo bem que venhamos a fazer é investimento em nosso favor, na Contabilidade Divina.

Em suma, felicidade colhida nasce e cresce da felicidade que se semeia, ou melhor, à medida que ajudamos aos outros, por intermédio dos outros, o Céu nos ajudará.

(Pelo Espírito Emmanuel. Livro: "Passos da Vida". Psicografia:Chico Xavier)

Perversões Humanas

Nunca ouvimos falar tanto das perversões humanas como nos últimos tempos. São palavras comuns aos nossos ouvidos: pedofilia, abuso sexual, prostituição, violência, corrupção, exibicionismo físico, curtições e outras formas de exacerbação da personalidade. É verdade que alguns poderão até argumentar, mas, espera aí, alguns desses exemplos são crimes, outros não. Eu diria que o limite da noção de crime aqui é meramente semântico e de desdobramento das conseqüências. Mas na raiz de todos eles vamos encontrar a mesma matriz, ou seja, a falta de controle humano ante suas paixões ancestrais. Levando uns ao crime, outros ao completo desequilíbrio.
Para os que não acreditam na reencarnação, a idéia de Deus há muito tempo que já está abalada, porque, internamente, não conseguem entender como um Deus todo poderoso e bom possa permitir tamanhas atrocidades. Falta-lhes, portanto, a noção de que o homem é herdeiro de si mesmo e colhe no tempo e no espaço o resultado de suas ações: é a lei de ação e reação , ou de karma, como preferem outros.
Então ,quer dizer... ?
Quer dizer que na aparente babel em que vivemos, cada um recebe de acordo com o que plantou.
Pode parecer assustador e já afirmamos isso em outra oportunidade, mas é a grande lei que mantém a harmonia do universo. Porque se o ser praticasse o mal e não tivesse conseqüências, não teria nenhum motivo para voltar-se ao bem. Assim, a conseqüência existe, força o indivíduo a rever seus valores, experimenta aquilo que fez outros sentirem para que não deseje mais fazer aos outros o que não quer para si. É uma lei sábia e profunda. Que só um espírito de amor e justiça infinita poderia conceber.
Esqueçamos a noção de inferno, de castigos eternos, portanto, vamos nascer e renascer quantas vezes necessitarmos nos purificando a cada passo, substituindo os velhos vícios por hábitos salutares, deixando nosso egoísmo, nosso orgulho, nossa vaidade, ser modificada a custa de experiências, nem sempre agradáveis, mais necessárias.
Será possível conceber uma ordem universal melhor do que essa?
Alguns acham que não deveríamos sofrer, que deveríamos ser felizes, que não deveria haver o mal. Seria muito fácil tudo isso, se fôssemos meros bonecos ou fantoches de Deus. Ou quem sabe robozinhos programados, sem individualidade. Não, não foi esse o projeto divino. Ele nos criou simples e ignorantes para que através das experiências, do livre arbítrio, aprendendo, errando e acertando nos tornássemos a sua imagem e semelhança, não fantoches, mas seres plenos de individualidade e luz conquistada a custa do próprio esforço.
Para muitos é revoltante essa verdade, queriam a liberdade sem a responsabilidade, o prazer sem o respeito, a plenitude sem o sacrifício. Por isso muitos permanecem, depois da morte do corpo físico, ilhados nas regiões umbralinas, alucinados uns, revoltados outros, ombreando com os encarnados que sem encontram na mesma faixa que eles, sem optar por aceitar e renovar.
Não nos espantemos, pois, com os quadros atuais com que deparamos, eles sempre existiram e continuaram a existir, enquanto cada um não resolver mudar o caminho e voltar-se para Deus, para as lições do Cristo, para o amor e o bem. O mal é exatamente a ausência do bem, não de demônios, etc...
A grande publicidade que as perversões a que nos referimos no início têm recebido, é que fazem crer num quadro de total degradação. Mas não é desse jeito. A divulgação excessiva, por outro lado, tem ajudado a levantar questionamentos, propor mudanças nas leis, despertar o homem das paixões animalescas para uma outra concepção de vida . Todos necessitamos orar e vigiar, para que não sejamos nós os próximos a ocupar a mídia , expostos como verdadeiras bestas feras, quando apenas somos o fruto dessas paixões insistentemente cultivadas. O corpo morre, mas o espírito é imortal e eterno, os que se foram sobre as injunções do crime, dos abusos, se libertaram. Provavelmente quitaram débitos do passado, colheram o fruto amargo de antigas ações criminosas, estarão em paz ,logo compreendam a situação... Os seus verdugos, por sua vez, serão os candidatos a novas expiações dolorosas, experimentando em “carne viva” seus atos infelizes de agora.
Não é sem motivo que a grande divisa espírita e cristã é: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO. E a caridade é amor ao próximo, é renúncia, é consciência do dever a realizar , sem o que continuaremos apegados a nós mesmos, rememorando práticas selvagens e bárbaras, distantes da angelitude que nos aguarda, mas virá , ainda que tarde...
Lembremos a palavra do Mestre: EU VENCI O MUNDO. Sejamos os vencedores de nossas paixões inferiores e ascenderemos na escala evolutiva, rumo a regiões de beleza e encanto inimagináveis.

sábado, 5 de julho de 2008

Diante da Lei

O espírito consciente, criado através dos milênios, nos domínios inferiores da natureza, chega à condição de humanidade, depois de haver pago os tributos que a evolução lhe reclama. À vista disso, é natural compreendas que o livre arbítrio estabelece determinada posição para cada alma, porquanto cada pessoa deve a si mesma a situação em que se coloca.
Possuis o que deste.
Granjearás o que vens dando.
Conheces o que aprendeste.
Saberás o que estudas.
Encontraste o que buscavas.
Acharás o que procuras.
Obtiveste o que pediste.
Alcançarás o que aspiras.
És hoje o que fizeste contigo ontem.
Serás amanhã o que fazes contigo hoje.
Chegamos no dia claro da razão, simples e ignorantes, diante do aprimoramento e do progresso, mas com liberdade interior de escolher o próprio caminho. Todos temos, assim, na vontade a alavanca da vida, com infinitas possibilidades de mentalizar e realizar.
O governo do Universo é a justiça que define, em toda parte, a responsabilidade de cada um.
A glória do Universo é a sabedoria, expressando luz nas consciências.
O sustento do Universo é o trabalho que situa cada inteligência no lugar que lhe compete
A felicidade do Universo é o amor na forma do bem de todos.
O Criador concede às criaturas, no espaço e no tempo, as experiências que desejem, para que se ajustem, por fim, às leis de bondade e equilíbrio que O manifestam. Eis por que permanecer na sombra ou na luz, na dor ou na alegria, no mal ou no bem, é ação espiritual que depende de nós.

EMMANUEL
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Do livro: Justiça Divina.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Amor e Desapego

As circunstâncias da vida são sempre caminhos para aprendizados maiores.Há temas que devem fazer parte de nossas reflexões diárias, para que não sejamos surpreendidos pelos fatos inevitáveis da existência. Em seu livro, O VÔO DA GAIVOTA, Patrícia tece alguns comentários sobre a questão do Amor e do desapego. É só um breve exemplo dos assuntos ali abordados, se ainda não leu as obras de Patrícia, faça-o, é uma leitura fácil e enriquecedora. Você pode conseguir os livros até na internet. Dê esse presente a você. Nada melhor do que uma boa leitura, que educa, esclarece e conduz à compreensão da verdadeira felicidade. Eis o texto:


*** *** ***


- Patrícia, por que não falamos um pouco sobre o amor?- disse Heloísa. - Sobre o Amor e o desapego.
O assunto era deveras fascinante, tentei elucidar a turma.
-Amar, de forma egoísta, todos os seres humanos o fazem, nem que seja a si mesmos. Mas o amor de forma verdadeira, sem egoísmo e posse, é que demonstra que aprendemos. Ao amar verdadeiramente, anulamos erros e irradiamos alegrias em nossa volta. Amar e desapegar-se dos seres que amamos não é fácil. Os encarnados, no aprendizado para se desprender do que lhes é caro, chegam a ter sensações de dor, porque sentem sufocada sua ilusão de ter. É necessário amar tudo, mas sabendo que isso
nos é emprestado. E por quem? Pelo nosso Criador. Lembremos que com objeto emprestado, cuidado dobrado. Sim, realmente, o que temos, nos é emprestado, já que não somos donos das coisas materiais, não possuímos nada. Nosso amor pelas coisas deve ser sensato, para usar o que nos é permitido, sem abusar. E também dar valor à casa que nos serve de lar, às roupas que vestem o corpo, ao local em que trabalhamos, onde recebemos o necessário para o sustento material, enfim, a todos os objetos que nos são úteis. Porém, teremos um dia que deixar isso para outros, e que os deixemos da melhor forma possível, a fim de que eles possam desfrutar dos objetos emprestados tanto quanto nós. Até o corpo físico temos que devolver à natureza. E essa devolução como é difícil para muitos. Até aí, parece fácil, embora saibamos que muitos, possuídos pelo desejo de ter, se esquecem desse fato e se apegam a coisas , objetos , julgando ser deles, mas, quando desencarnam,não querem deixá-los e a eles ficam presos. Há uma parte mais difícil, que é amar nossos entes queridos sem apego. Quase sempre nos julgamos insubstituíveis junto daqueles que amamos, pensando amá-los mais que ninguém, e ser indispensáveis na vida deles. Apegamo-nos assim às pessoas, esquecendo que elas também são amadas por Deus e que somos companheiros de viagem, cabendo a cada um caminhar com seus próprios passos. E, ainda, muitas vezes nessas caminhadas, somos levados a nos distanciar um do outro, embora afetos sinceros não se separem. Podem estar ausentes, não separados. Deixar que nossos afetos sigam sozinhos, sem nós, é algo que devemos entender. É o desapego. Ao desencarnar, ausentamo-nos do convívio de nossos entes queridos e, se não entendermos isso, consideraremos essa ausência como separação definitiva. É preciso aprender a amar com desapego, ampliar o número de nossos afetos, sem a ilusão da posse. Se formos chamados a nos ausentar, pela desencarnação, continuemos a valorizá-los, respeitando-os, ajudando-os. Estaremos no caminho do desapego, e continuaremos a amá-los da mesma forma.

Patrícia
O Vôo da Gaivota. Psicografia de Vera lúcia M. de Carvalho

terça-feira, 24 de junho de 2008

Nenhum sonho se perde
nenhum ideal se desfaz
quando o amor impera
nada nunca é demais...

Deixa as lágrimas pra trás
vê o sol que brilha sempre
Deus nos ama sem interrupção
busca refazer-te.

Que do teu anseio de paz
verás nascer a eternidade
coroando teus dias de esperança
nos passos por aonde vais...

Quando o amor impera,
A vida é sempre uma dádiva.

Otília

Para Aonde Vamos Depois?

A vida não tem solução de continuidade. Desdobra-se ao infinito. Enquanto no corpo de carne vivemos as experiências de que necessitamos com a finalidade de repararmos o passado e evoluirmos para o amanhã.
Ao desencarnar, temos várias possibilidades de destinação. Os que fizeram o bem, que se esforçaram para serem melhores a cada dia, os que souberam renunciar aos prazeres efêmeros servindo à coletividade, estes, com certeza, terão como morada as cidades espirituais ou colônias.Poderão estudar, fazer cursos, dedicar-se a atividades de socorro a encarnados e desencarnados, trabalhar sempre de forma edificante com vistas ao aprimoramento íntimo.
Mas os que fizeram o mal, que se apegaram aos vícios, os que enganaram, que fugiram de suas responsabilidades, que destruíram sonhos dos semelhantes e semearam a guerra e o desequilíbrio, estes ,terão, fatalmente, como morada as regiões umbralinas do planeta. Assim denominadas por serem regiões de condição insalubre, quase destituídas de vegetação, com aspecto horripilante e seres de formas grotescas e selvagens.
Ali predomina a promiscuidade, a irreflexão e a rebeldia. Os corações que esqueceram de Deus, que se revoltam contra suas sábias leis, que agem movidos por orgulho e egoísmo tirânicos, serão seus governantes, estabelecendo o império da desordem e da perversão humanas.
Conquanto pareça assustador, não difere muito da realidade de certas pessoas encarnadas, e são elas que ,após a morte, lá ficam retidas, como a necessitar depurar-se para subir mais alto, quando o desejarem.
Se cada um pudesse compreender o verdadeiro sentido da existência no planeta, se refletisse sobre os desdobramentos da vida, se pesasse os prós e os contras de cada atitude, se fosse mais humano e menos animal, com certeza, as regiões de dores e sofrimentos não estariam tão repletas de almas atormentadas e com remorsos tamanhos.
O hoje é um desdobramento do ontem, do que realizamos, do que planejamos ser. O amanhã será, sem dúvida, o resultado do que fizermos hoje, da condução que dermos a nossas vidas, das escolhas que efetuarmos para a nossa marcha diária.
Que possamos amar a luz, viver com a luz e esperar pela luz. Agindo assim, teremos como morada futura, verdadeiras regiões paradisíacas, ao invés da lama, da escuridão e da desolação em que muitos se encontram, até que se decidam mudar.

sábado, 21 de junho de 2008

Conhece-te a ti mesmo

É incrível como temos uma percepção distorcida de nós mesmos. E quando ainda chegamos a cogitar disso, porque a grande maioria da humanidade se encontra de tal forma mergulhada nas malhas do automatismo de pensamentos e ações que nem se dá conta dessa realidade.
Quando é que a pessoa acorda para tais reflexões?
Ocorre, via de regra, por acúmulo de erros e por persistência na ilusão, gerando uma saturação que vai levar o ser a perceber seus anseios de crescimento em oposição a seu mundo íntimo conturbado e infeliz.
Em muitos casos, e parece que no plano espiritual isso seja mais comum, a pessoa envergonha-se de sua inferioridade, principalmente quando observa a condição de outros irmãos desfrutando paz e felicidade que ainda não pode experimentar. Então surge a compreensão de que os lances de sua caminhada se deram pelo processo de sintonia e apego às paixões transitórias, determinando escolhas e atitudes que levaram a conseqüências danosas.
Todos renascemos com um projeto de edificação para a conquista de elevação espiritual, seja por missão, sacrifício ou expiação. Ao passo que aprendemos e avançamos evolutivamente rumo a novos estágios conscienciais. A vida não é um passeio para diversão, nem uma estrada para aventuras inconseqüentes, tem propósitos sempre elevados que nos escapam pela insipiência de nossas faculdades intelectivas e pela permanência nos instintos primitivos.
O auto-conhecimento é,por isso, o primeiro e fundamental passo para que o indivíduo torne-se ciente da dinâmica existencial, mas não é tudo. Conhecer-se é um processo progressivo e contínuo, e para que se vá concretizando é imprescindível uma disposição firme para não se errar, para evitar cair nas teias das fantasias ligadas aos sentidos físicos, isso porque tudo o que vivenciamos por muito tempo, vai se automatizando e, assim, só a perseverança em novas atitudes que substituam aquelas viciosas poderão proporcionar libertação.
Muitos se assustam com tais conceitos, mas lembremos o Evangelho quando diz que não é necessário cubramos nossas cabeças com cinzas e nos afastemos das coisas do mundo, mas, antes, vivamos no mundo lembrando que somos espíritos e que todas as nossas atitudes serão um dia pesadas na balança que trazemos dentro de nós mesmos, auferindo o que é bom e o que não é. Passando ao processo de reajuste e correção. Por isso o apóstolo Paulo disse: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”.
Por ser um direcionamento das leis que nos governam, por mais que as pessoas fujam ou retardem o próprio amadurecimento, ele vai acontecer. Todos já sabemos que a Terra é uma escola de almas, e numa escola quando não aprendemos, repetimos de ano, e é isso que acontece com muitos, até que cansados de se iludirem, despertem em um nível de compreensão diferente.
Deus nos ama profundamente. E Jesus também . Por isso veio até nós para ensinar-nos o caminho para a conquista de nós mesmos. “Eu venci o mundo” – não está aí dito. E ele nos aguarda, pacientemente, até que descortinemos os horizontes da espiritualidade superior rumo a uma condição de paz e plenitude.

Nery

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Constatação

Por muito caminhes, por muito que abreces,
apenas levará a ti mesmo.
O que não for bom e perfeito, será defeito,
e haverás de retornar para corrigir.
Pensa assim: "a vida vale a conquista de si mesmo",
o mais ou o que falta é só
adereço.

COMPANHIAS ESPIRITUAIS

Eu lia o livro Violetas na Janela, de Patrícia, e fiquei pensando na seriedade do tema “companhias espirituais”. Ela conta que ficou chocada ao encontrar , em uma de suas visitas aos familiares ainda encarnados, um espírito de aspecto inferior ao lado da mãe, tentando infundir-lhe a idéia de que a filha querida estava sofrendo no umbral. Patrícia, naquele momento, valeu-se da oração, o que fez com que a entidade se afastasse do ambiente.
Muitos, por desconhecerem completamente os mecanismos da vida, não acreditam que tais coisas sejam possíveis. Esses, como Tomé, só acreditam no que podem ver e tocar e, pior, mesmo que vissem muitos ainda não acreditariam.
Mas o assunto merece acuradas reflexões, a fim de que nos eduquemos quanto a hábitos e gostos, pois são eles, os padrões em que vibramos, os responsáveis pelas companhias espirituais que temos.

Lembremos a questão 459 de o Livro dos Espíritos:

“Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem”.
(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 459)

Se é assim, devemos buscar entender esse processo para que saibamos agir com discernimento. É Herculano Pires, em seu livro Vampirismo, que nos informa:

“E assim como o parasitismo influi no desenvolvimento das plantas e no comportamento dos animais, o vampirismo influi no comportamento humano individual e social. Entre os vários elementos, coisas e seres que agem sobre o comportamento humano, o mais perturbador e o que mais profundamente ameaça as estruturas físicas e espirituais do ser humano é o vampirismo, porque é a atuação consciente de um ser sobre outro, para deformar-lhe os sentimentos e as idéias, conturbar-lhe a mente e levá-lo a práticas e atitudes contrárias ao seu equilíbrio orgânico e psíquico.”

Vejamos o que diz Suely Caldas Schubert :

“A assertiva dos Espíritos a Allan Kardec ( questão 459) demonstra que, na maioria das vezes, estamos todos nós – encarnados - agindo sob influencia de entidades espirituais que se afinam com o nosso modo de pensar e ser, ou em cujas faixas vibratórias respiramos.
Isto não nos deve causar admiração, pois se analisarmos a questão sob o aspecto puramente terrestre chegaremos à conclusão de que vivemos em permanente sintonia com as pessoas que nos rodeiam, familiares ou não, das quais recebemos influenciações através das idéias que exteriorizam, dos exemplos que nos são dados, e também influenciamos com nossa personalidade e pontos de vista.
Quando acontece de não conseguirmos exercer influência sobre alguém de nosso convívio e que desejamos aja sob o nosso prisma pessoal, via de regra tentamos, por todos os meios, convencê-lo com argumentos persuasivos de diferente intensidade, a fim de lograrmos o nosso intento.
Natural, portanto, ocorra o mesmo com os habitantes do mundo espiritual, já que são eles os seres humanos desencarnados, não tendo mudado, pelo simples fato de deixarem o invólucro carnal, a sua maneira de pensar e as características da sua personalidade.”
Fonte: “Obsessão e Desobsessão – Profilaxia e Terapêutica Espíritas”. Editora: FEB, 9ª edição, 1994; capítulos 1 e 2

Tudo isso só é possível compreendendo que refletimos quem somos em nossa realidade energética:

“(...) criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. (...) Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo”.
(A Gênese, Allan Kardec, cap. XIV, item 15).

Pode até parecer estranho que assim seja, mas é um mecanismo da lei que rege os destinos humanos, embora devamos, nesse momento, alertar que não se trata de algo à revelia do indivíduo, como se estivessemos à mercê do mal e sem condição de defesa, a esse respeito Suely nos elucida na obra já citada, o seguinte:
“Não entramos na questão do livre-arbítrio, sobejamente conhecida dos espíritas. Sabemos que a nossa vontade é livre de aceitar ou não estas influenciações e que a decisão é sempre de nossa responsabilidade individual.
O importante é meditarmos a respeito do quanto somos influenciados e quão fracos e vacilantes somos. O Espiritismo, levantando o véu dos mistérios, nos traz a explicação clara, demonstrando-nos a verdade e, através desse conhecimento, nos dá condições de vencer os erros e sobretudo de nos preservarmos de novas quedas.
Fácil é pois, aos Espíritos, nos dirigirem. Isto acontece com os homens em geral, sejam eles médiuns ostensivos ou não. É que, como médiuns, todos somos sensíveis a essas aproximações e ninguém há que esteja absolutamente livre de influenciações espirituais. Escolher a nossa companhia espiritual é de nossa exclusiva responsabilidade. Somos livres para a opção.”

Há ainda a comentar o fato de que grande parte da humanidade ainda crê na idéia de que as influências que sofremos provêm de seres demoníacos, destinados eternamente ao mal. Coisa que ,felizmente , o avanço da ciência e da própria concepção de universo tem ajudado a combater.
A ignorância e a má-fé tem permitido que essas crenças desprovidas de lógica e bom-senso sobrevivam em meio ao povo. É necessário descortinar o véu da realidade aparente em que nos encontramos mergulhados para enxergar além novas possibilidades de expressão da vida. A idéia do demônio só é boa para os que dela fazem seu ganha-pão. Para os demais, apenas encobre o mecanismo das leis sabiamente estatuídas pelo criador.
Diante dessas colocações devemos, portanto, entender que todos nós vivemos conectados uns aos outros em verdadeiro regime de interdependência, nutrindo-nos de idéias e sentimentos na imensa gama das tonalidades que nos caracterizam e estaremos sempre em companhia daqueles que elegermos como parceiros, sejam, visíveis ou invisíveis, não se excluindo, desta forma, ninguém da responsabilidade que lhe cabe por suas opções íntimas. Donde , ninguém poderá transferir a outro os méritos ou deméritos de suas ações.
Lembramos Joanna de Angelis, que afirma categoricamente: “Não há outro caminho, é seguir Jesus ou atormentar-se” . A escolha será sempre nossa.

Nery

domingo, 15 de junho de 2008

Caminhada Nova

Sem senso o que faço
nasço e resnaço
batendo a cabeça
deixando de lado
o que realmente importa...

Então, vou tomar coragem
deixar à margem a ilusão
deixar de lado a preguiça
e a minha comoção
e fazer uma caminhada nova.

Porque se é de mim que espero
essa transformação necessária
só resta dar um passo e seguir
seguir resoluto e firme
até o fim...

Melquíades
Poeta errante da espiritualidade

A questão do padrão vibratório

Na maioria das vezes nossos sentimentos e atitudes são determinados, mesmo que não percebamos, pela sintonia que realizamos com entidades desencarnadas e, mesmo, com a energia de encarnados. O que determina essas conexões que vão fazer com que nos sintamos bem ou mal, serenos ou angustiados, equilibrados ou desequilibrados, é o nosso padrão vibratório. Lembremo-nos do que Jesus nos ensinou, orai e vigiai para não cairdes em tentação.Era uma advertência científica, já que nossa invigilância nas questões do padrão vibratório podem produzir males sem conta e até mesmo ações que em sã consciência não gostaríamos de realizar. Leiamos com atenção o texto que segue e que esclarece um pouco mais sobre o assunto. Trata-se de um pequeno excerto do texto original, mas segue o link para os que se interessarem em ler o texto na íntegra.


Pensamento, Sintonia e Energias

O ser humano absorve energias das mais diversas, de forma automática, e as metaboliza em sua estrutura energética, que o espiritismo denomina de perispírito. Essa absorção e metabolização, faz parte normal do funcionamento do complexo humano, ocorrendo de maneira automática, ou seja, é um processo inconsciente ou transparente, numa linguagem mais moderna, que ocorre independente da percepção ou decisão voluntária da pessoa.
Essas energias absorvidas são constituídas das energias e vibrações do ambiente em que estamos inseridos, e se constituem de elementos presentes na natureza (como o Fluído Cósmico Universal, radiações eletromagnéticas, etc.), de fluídos (emissões energéticas de processos orgânicos ou perispirituais de outros seres da criação) e de vibrações e pensamentos advindos de outros seres humanos ou espíritos.
A metabolização no nosso complexo, transforma essas energias absorvidas em componentes específicos da nossa “circulação” energética, distribuindo estes em todo o nosso organismo físico e perispiritual, servindo como verdadeiro “alimento” para o complexo humano.
Por ser um processo automático, a absorção de energias pelo nosso organismo está ajustado, naturalmente e automaticamente, ao padrão energético e vibratório específico do indivíduo, ou seja, ao nível vibratório correspondente ao seu estado mental e espiritual do momento.
Isso significa dizer que as energias absorvidas pelo indivíduo são do mesmo padrão vibratório em que ele se encontra no momento, ou seja, nosso complexo energético tem uma espécie de “filtro”, que deixa passar apenas as energias com as quais afinamos e sintonizamos.
Evidentemente, um estado de desequilíbrio no nosso campo mental e espiritual, promove imediatamente um reajuste no nosso sistema energético, o que nos leva também a sintonia com determinado tipo de energia, que passará a ser “filtrada” para o nosso sistema energético, incorporando-se, pela metabolização ao sistema perispiritual e físico.
O equilíbrio ou o desequilíbrio no campo mental e espiritual do indivíduo, determina, portanto, que “qualidade” ou “tipo” de energia será absorvido por ele.
Se estamos equilibrados, harmonizados, vibrando no bem, nosso “filtro” promove a absorção de boas energias, correspondentes ao nosso “patamar vibratório”, bloqueando a absorção de padrões energéticos “ruins”.
Se estamos desequilibrados, desarmonizados, invigilantes com nossos pensamentos, nosso patamar vibratório se ajusta com energias “ruins”, e nosso filtro bloqueia a absorção das energias boas e promove a assimilação de energias desequilibradas.
É fácil deduzir que se absorvemos um determinado padrão energético, com uma certa “qualidade”, seja ela positiva (boa) ou negativa (ruim), a metabolização dessas energias produz componentes energéticos de qualidade similar, que se distribuem pelo nosso organismo físico e perispiritual, afetando-o com a qualidade inerente ao tipo e qualidade da energia absorvida.

Carlos Augusto Parchen
Fonte:http://www.espirito.org.br/PORTAL/palestras/carlos-parchen/pensamento/pensamento.html

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A verdadeira Conquista

Joanna de Ângelis conta uma historinha que deve servir de motivo de reflexão a todos nós. Conclui com uma visão do panorama em que todos estamos inseridos, cumprindo a cada um a consciência de agir em função de reveter o quadro com que nos deparamos e do qual somos partícipes e criadores.



"Como se pode distinguir o bem do mal? O bem é tudo o que é conforme a lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la."
(O livro dos Espíritos, de Allan Kardec).

O jovem imaturo deslumbrava-se com as constelações cintilantes no firmamento e planejava conquistá-las.
Quando os primeiros momentos de compreensão mais ampla lhe afloraram à mente, percebeu a impossibilidade de conseguir as galáxias, e achou possível conquistar a terra que lhe servia de mãe gentil.
As lutas amadureceram-no e as dificuldades aumentaram-lhe a visão da realidade, facultando-lhe a impossibilidade de lograr o anelado e, amando a pátria onde nascera, acreditou que a poderia conquistar. Empenhou-se no embate arriscado, ganhou
posição social e poder, porém, a soma de decepções e amarguras fê-lo desistir do intento e ele pensou em conquistar a comunidade na qual se movimentava.
Injunções políticas favoreceram-no com os cargos elevados, e, quando o destaque parecia havê-lo premiado, as artimanhas da hostilidade dos grupos beligerantes derrubaram-no.
Mais amadurecido ainda e pensativo, voltou-se para a família, e, enquanto a velhice se acercava, ele se empenhou em conquistar o clã.
Os interesses díspares no lar e na prole expulsaram-no, porque ele já pesava na economia doméstica, superado, no conceito dos jovens sonhadores e ambiciosos quanto ele próprio o fora um dia...
Nesse momento ele teve consciência da sua realidade e, só então, entendeu a importância de conquistar-se a si mesmo.
* * * * * * * * * *
Volúpia do prazer domina as massas, e as criaturas ansiosas tumultuam-se e agridem-se, precipitando-se inermes nos gozos exaustivos sem que saciem os desejos.
A onda de vulgaridade se avoluma e ameaça levar de roldão as construções enobrecedoras da sociedade.
Uma violenta quebra de valores favorece o receio da experiência honrada, abrindo espaço para o campeonato da insensatez e do crime.
A mudança de comportamento moral altera a escala do discernimento, ombreado com a sordidez e a promiscuidade.
Nesse sentido, há um receio pela eleição da existência saudável, da conduta moral. Exótico e agressivo substituem o belo e o pacífico, dificultando o discernimento em torno do real e do imaginário, do justo e do ignóbil.
Há carência de grandeza, de amor, de abnegação, nestes momentos da terra. As grandes nações encontram-se conturbadas e os seus membros aturdidos.
Os povos de médio desenvolvimento apresentam-se ansiosos, inseguros.
Os países em crescimento, vitimados pela miséria econômica, experimentam a fome, as doenças calamitosas, o desemprego, a loucura, que se generalizam.
Em todos eles, no entanto, sobressaem a violência, a luxúria e a dissolução dos costumes.
A criatura agoniada, todavia, busca outros rumos de afirmação. Está, porém, em a natureza humana, a necessidade da paz e o anelo pelo bem-estar. Essa busca surge nos momentos de consciência, quando descobre as necessidades legítimas e sabe distingui-las no meio dos despautérios, do supérfluo e da desilusão.

Joanna de Ângelis
Psicografia Divaldo Franco. Do livro Momentos de Meditação

sábado, 7 de junho de 2008

O TEMPO PÕE TUDO NO LUGAR E TUDO CURA


Todos temos problemas, dificuldades.
Todos enfrentamos crises, decepções.
Todo mundo uma dia chora, lamenta.
A vida não será sempre o que a gente quer,
Nosso caminho não será sempre como a gente pensa.

Eis aí a oportunidade de crescer!!!

O tempo põe tudo no lugar e tudo cura.

O amor que passou era uma ilusão, a pessoa não era pra você.
E de longe você verá que não fazia sentido sofrer.
Se o outro se sente feliz como está, deixa que seja.
Cada um encontra sempre o que procura,
Cada um merece sempre o que quer.

Aquela propriedade, aquele bem que não se conseguiu,
Era apenas um desejo , que a vida considerou desnecessário.
As maiores aquisições , teve a oportunidade de obter:
Trabalho, saúde, experiências pra aprender
Esse tesouro, ninguém tira de você.

Se o alimento foi sempre conseguido a duras penas,
E se, por vezes, a humilhação infligiu amargor,
Não se sinta vencido e magoado, nem alguém sem valor.
Há tantas almas neste mundo, sob tamanha opressão,
Que mal imaginamos o que seja dor.

A vida é mesmo uma escola, com uma lição pra cada um.
E há os que fogem da aprendizagem.
Há os que se rebelam contra seus “mestres”.
Há os que se tornam indiferentes.
E também os que se revoltam e enlouquecem.

Pensa sempre um pouco mais.
Diante de qualquer desafio,
Diante de qualquer desilusão.
Lembra que há sempre um novo dia por raiar
E que todas as coisas mudam
E mudam sempre para melhor.




terça-feira, 3 de junho de 2008

Breve Reflexão


A felicidade é uma questão de se estar em paz consigo mesmo
e com Deus. Todas as inquietações, todos os sonhos e fantasias
que vivemos idealizando são formas de preenchermos o tempo
e nos afastarmos de nós mesmos.
Nunca estamos satisfeitos e projetamos isso nas coisas, esperando
que elas nos plenifiquem, que nos dêem o conforto que esperamos
para nossas almas.
Mas é tudo um grande equívoco. Não é o outro que nos completa,
não são as coisas que nos fazem felizes.
A existência por si mesma é uma bênção, cada dia é um novo dia
na escola do planeta.
Se soubermos ter equilíbrio e bom-senso tiraremos da vida o
melhor, mas quanto mais busquemos as ilusórias realizações,
quanto mais acreditemos que nossa felicidade vem de fora, só estaremos
caminhando como cegos que fatalmente cairão no abismo.
Desapegue-se do velho eu que estabelece mentirosas conquistas
para a tua realização. Dê uma chance a ti mesmo, de perceber
que és um filho do Altíssimo e que o universo conspira para a tua
realização como alma consciente e liberta de toda a ignorância e toda imperfeição.


domingo, 1 de junho de 2008

Delírio de uma alma atormentada


Depois que tudo passar,
que a existência estiver consumada,
como é que vou me olhar?
Depois que os prazeres perderem o sentido,
depois que as oportunidades de ser melhor se forem,
como é que vou continuar?

Depois que não houver parceiros para a ilusão,
porque todos estarão vivendo o duro despertar,
como vou me justificar?


Depois que a realização mentirosa se patentear
e a consciência mostrar o que ficou por fazer,
como vou, enfim, suportar?

Me achava grande e vi o quanto era pequeno.
Me achava especial e vi o quanto tenho mãos vazias.
Me achava dono de mim e era conduzido por instintos.
Me achava feliz e agora há apenas um vazio imenso.

Por que me permitir ser assim?
Por que não tive entendimento e compreensão?
Terei sido tão vaidoso, arrogante e orgulhoso
a ponto de não enxergar um palmo diante dos meus olhos?


Onde o chamado de Jesus?
Onde o doce chamado do amor?
Onde o libertador chamado do Mestre?

Naõ sei se estou acordado ou se deliro.
Será verdade o que penso , sinto e reflito,
meu Deus,
não permitais que aconteça isso comigo...


E não permitas, tu,
que o teu depois seja assim...


Melquíades
Poeta errante da espiritualidade.

Sintonia


A questão da sintonia é uma coisa que explica muitas atitudes e vinculações das pessoas no planeta. Sem nos dar conta, nós agimos em função dessas preferências que trazemos e que projetamos sobre os outros , nos quais encontramos os "plugs" de conexão , no dizer dos psicanalistas: "aquele que tem a doença" afiniza-se com outro semelhante. É uma coisa que merece estudo e reflexão, se o indivíduo quer fazer o caminho do autoconhecimento e da libertação de milenários condicionamentos que mais infelicitam do que enriquecem .

Há um texto interessante de Emmanuel sobre o assunto , coloco-o aqui para apreciação dos interessados.


SINTONIA


É no mundo mental que se processa a gênese de todos os trabalhos da comunhão de espírito à espírito. Dai procede a necessidade de renovação idealística, de estudo, de bondade operante e de fé ativa, se pretendemos conservar o contacto com os espíritos da Grande Luz.
A fim de atingirmos tão alto objetivo, é indispensável traçar um roteiro para a nossa organização mental, no Infinito Bem, e seguí-lo sem recuar.
Precisamos compreender que os nossos pensamentos são forças, imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual.
Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas idéias, aspirações, invocações e apelos.
Energia viva, o pensamento desloca em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros.
Nosso êxito ou fracasso dependem da persistência ou da fé com que nos consagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos alcançar.
Semelhante lei de reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida.
Comunicar-nos-emos com as entidades e núcleos de pensamentos com os quais nos colocamos em sintonia.
Mentes enfermiças e perturbadas assimilam as correntes desordenadas do desequilíbrio, enquanto que a boa vontade e a boa intenção acumulam os valores do bem.
Ninguém está só.
Cada criatura recebe de acordo com aquilo que dá.
Cada alma vive no clima espiritual que elegeu, procurando o tipo de experiência em que situa a própria felicidade.
Estejamos, assim, convictos de que os nossos companheiros na Terra ou no Além são aqueles que escolhemos com as nossas solicitações interiores, mesmo porque, segundo o antigo ensinamento evangélico, - "teremos nosso tesouro onde colocarmos o coração".

Emmanuel





sábado, 31 de maio de 2008

A verdade de cada um


Ter um blog às vezes é abrir a página e começar a divagar um pouco. São tantas coisas sobre as quais podemos falar, mas a verdade é que poucas interessariam às pessoas de um modo geral. Mesmo este espaço, que pretende algumas abordagens de caráter reflexivo voltado para temas como espiritualidade, espiritismo, psicologia humana, sem pretensão de ser científico ou dono de alguma verdade, mesmo aqui, no ponto exato de tais conjecturas, são poucos os que se interessam pelos temas.
Neste momento eu pensava: gostaria de ser profundo, gostaria de alargar os horizontes de minha mente e poder dizer aos outros as realidades que percebo ante meu intelecto e meus sentimentos. E me pergunto: Será que interessaria a alguém?
E a pergunta tem um significado, a grande maioria das pessoas estão mergulhadas a tal ponto nas ilusões da vida material que para elas falar de transcendência humana, falar do sentido da vida, é quase que uma aberração. Muitos estão por aí sentados em bares, participando de festas agitadas, fazendo sexo indiscriminadamente, usando drogas, entorpecendo a alma, enfim, e a vida para esses não passa disso. Por muito que digam crer em alguma coisa além, não conseguem viver, não conseguem, na verdade, pensar além do imediatismo dos momentos transitórios em que se empanturram de algum tipo de alimento psíquico que os façam sentir-se vivos, embora se julguem mortos e, talvez, toda essa busca desenfreada de sensações seja o sinal mais evidente de que se sentem mortos.
Parece paradoxal. Mas muitas coisas na vida são paradoxais. Principalmente nós seres humanos.
E é aí que eu pensava na questão da expansão da consciência. Diante dessas reflexões fica fácil entender porque os espíritos amigos dizem que a maioria desperta no além com graves problemas conscienciais. Esquecem que são seres inteligentes destinados a perfeição,que significa domínio da razão sobre os instintos e vivência em harmonia com as leis divinas , vivem uma vida animalizada, e isto não se faz impunemente. E o motivo é bem simples: a lei de Deus está escrita em nossas consciências. E por mais fujamos de nossas reais responsabilidades, haveremos de encontrá-las adiante com as mesmas feições ou até piores.
Alguns acreditam que tal argumentação é um mero repetitório de fórmulas verbais destinadas a atemorizar os fanáticos e os fracos. E bradam que o importante é ser feliz. Só que esquecem um detalhe: a Morte vai chegar mais cedo ou mais tarde. E aí a coisa fica séria. A não ser que se acredite que depois da morte vem o nada, alguma coisa há de resultar de todas as nossas ações no mundo.
Se a maioria pudesse se ver, com mais clareza, como quem olha do alto, quem sabe desenvolveria um senso-crítico mais apurado, quem sabe não se deixasse levar tão facilmente por conceitos equivocados e errôneos, quem sabe tivesse mais amor por si mesmo e buscasse um caminho de paz e equilíbrio.
Sei que são meras conjecturas. Sei que alguns certamente torcerão o nariz, não quererão nem ler essas páginas. Mas uma coisa é certa. A verdade de cada um vai aparecer mais cedo ou mais tarde.


Nery

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Ao Encontro da Sombra

Em seu livro, Ao Encontro da Sombra, Connie Zweig e Jeremiah Abrams afirmam:

“O lado escuro não é nenhuma conquista evolucionária recente, resultado de civilização e educação. Ele tem suas raízes numa sombra biológica, que se baseia em nossas próprias células. Nossos ancestrais animalescos, afinal de contas, sobreviveram graças às presas e às garras. A besta em nós está viva, muito viva — só que a maior parte do tempo encarcerada.”
Estamos no terreno das manifestações humanos inconscientes, em que a temática do Ego é outro ponto de grande interesse.
A maioria dos seres humanos desconhecem os motivos subjacentes a suas atitudes e comportamentos. Não se detém a analisar a si mesmos e vivem uma verdadeira alienação do ponto de vista dos caminhos que escolhem.
Toda essa visão da psique humana se enriquece com a compreensão de que todo ser humano é uma entidade espiritual em um corpo de carne, verdade essa que, por ser ignorada ou não aceita, impede que as doutrinas psicológicas e psicanalíticas avancem em seus postulados para uma abordagem mais autêntica da criatura humana.
Sem considerar que um indivíduo é o resultado não só das influências hereditárias, mas também dos atos praticados por ele em vidas passadas, ficamos brincando de estabelecer hipóteses para as manifestações da personalidade de uma pessoa.
Esse elo, que estabelece uma relação lógica entre tempo e espaço, é visto apenas na superfície pelas doutrinas que desconsideram a lei das vidas sucessivas, embora apresentem muitas teorias válidas num sentido restrito, no todo se perdem por não conseguir chegar a uma formulação coerente e lógica do complexo mecanismo que o psiquismo apresenta.
E perdem-se nos velhos chavões “da mãe culpada” , “da sexualidade reprimida” , “da castração infantil” , entre tantas outras postulações que no dizer de um psicanalista reencarnacionista, não passam de uma forma pueril e simplista de encarar a realidade.
É certo que a maioria da população não está muita interessada em refletir sobre tais temas, até porque o nível de consciência predominante em nossos dias, tomando de empréstimo uma classificação psicanalítica é o de “sono” , ou seja, a preocupação é comer, beber, fazer sexo e basta. Porém, considerando que ninguém escapa do processo evolutivo, tais reflexões terão de chegar um dia para todos.
Vencer o animal em nós é tarefa hercúlea de reeducação e mudança de condicionamentos. As idéias psicanalíticas tem, a sua maneira, tentado ajudar, apesar de que desconsideram o essencial e formulam soluções inadequadas.
Cada um conscientize-se e faça a viagem do conhecer a si mesmo, não há outro caminho para se conquistar a felicidade e ascender espiritualmente rumo a estágios cada vez superiores.




O que estamos buscando


A vida é mágica em suas oportunidades,
todos temos sonhos, ideais, esperanças
e eles são importantes na medida
em que podemos conhecer mais
sobre nós mesmos...

O que faz a felicidade de uns,
nem sempre é o que faz a felicidade de outros.
Mas o que todos estamos buscando de verdade
é o AMOR.


Não há nada mais angustiante que a solidão.
Nada é mais cruel que o abandono.
Nada é mais doloroso do que a perda.

Entretanto, todos vamos tirando das experiências
a força para seguir sempre em frente.
Embora machucados, embora feridos,
levamos dentro de nós a certeza
de que algum dia, em algum lugar , a plenitude do amor
se realizará em nós...

Assim, uma canção, um filme, uma obra de arte,
vão retratando sentimentos
que experimentamos e nos fazem humanos
e nos ensinam que tudo passa, tudo se renova,
e despertamos em outras manhãs ensolaradas
para glorificar a vida, que é eterna,
em todos os sentidos.



sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ânimo Firme

Enquanto vivemos no mundo,
envergando um corpo de carne,
muito pouco nós sabemos
sobre as experiências que vivenciamos...

Abraçamos com grande afã
alegrias e contentamentos,
mas surge a desdita, a dor , a rude batalha
logo sentimo-nos feridos e ao abandono.

Tudo é bênção do amor
para o nosso crescimento,
por isso é preciso coragem
e ânimo firme em todos os momentos.

Infortúnio verdadeiro é fazer outros infelizes,
é querer construir sobre os escombros do outro,
seus castelos de fantasia e ilusão,
sem considerar a sementeira que está produzindo.

Assim , sejam quais forem as provas e amarguras
que hajas de colher na vida, mantém a cabeça em pé,
lembra que o crescimento se faz entre altos e baixos
e que a consciência íntegra te dará a paz que esperas.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

AS COISAS QUE FICARÃO

Corre-se tanto na vida
atrás de coisas perdidas...

De muito dinheiro que fica
nos cofres e contas bancárias.

De corpos bonitos e perfeitos
que logo murcham e se acabam.

De posição, de destaque, de títulos,
que depois ninguém se lembra.

De autoridade, poder, supremacia,
que apenas atormentam quem os têm.

Ah, humanidade!
Humanidade!

Há tantas coisas importantes
e que andam esquecidas...

O perdão àquele que erra,
às vezes apenas por incúria.

A convivência com a família,
o abraço, o sorriso, a conversa amiga.

A visita ao doente sozinho e triste,
A solidariedade a quem sofre e expia.

A simplicidade de saber-se pequeno
ante a grandeza do universo e do saber...

A oportunidade de acertar,
mesmo que outros não o queiram fazer.

Ah, essas coisas é que ficarão
e o que não as tiver cultivado
sentirá o coração vazio e frio
com a certeza que viveu de ilusão.

Nery

Que Ignorância é essa?


A frase de Jesus: "Perdoai-lhes, porque eles não sabem o que estão fazendo." Num momento em que vivia a agonia da cruz, revela não só a grandeza de seu espirito cheio de amor, como aponta para todos nós um dos maiores problemas que enfrentamos em relação a nossa condição de seres em evolução: trata-se da IGNORÂNCIA .

Não saber é ignorar, desconhecer. Jesus se referia à ignorância espiritual daquele povo que se aferrava aos valores mundanos e materiais a ponto de perpetrar o crime do sacríficio de semelhantes em favor do orgulho, da vaidade e da arrogância pessoais.

O clamor do Mestre naquele momento foi um ato de profunda piedade e , ao mesmo tempo, enunciava o quanto aqueles espíritos necessitariam aprender, em reencarnações futuras, em relação ao verdadeiro sentido da vida e da consideração pelo próximo, tão bem definida na expressão: "amai-vos uns aos outros como eu vos amei."

Essa ignorância que, naquele tempo ,tinha sua razão de ser, dado o primarismo das consciências envolvidas naquele cenário de revelações e testemunhos, poderia servir de desculpa para a nossa atual sociedade humana?

Depois de mais de vinte séculos de cristianismo, pode o ser humano pretextar ignorância a respeito das verdades de sua condição espiritual?

Não terão sido claras todas as lições e advertências propagadas ao longo do tempo, repetidas diuturnamentes sobre a realidade neste mundo? Não teria a humanidade como um todo motivo de sobra para compreender que a vida é transitória e dela nada se leva, só as virtudes ou os defeitos?

Assim deveria ser. Mas infelizmente não é o que acontece. Encontramo-nos ainda profundamente ligados aos valores materiais, enquanto repetimos textos belíssimos que falam de despreendimento. Continuamos cultivando vícios e atitudes indignas, remanescentes das velhas incursões carnais, muitas vezes, repetindo preces comovidas que enunciam nosso desejo de alcançar o "reino dos céus" .

Permanecemos querendo dominar, impor, ditar regras, fazer-se maior que os outros. Enquanto exalçamos a urgência da humildade e do amor ao próximo, do bom-senso e do equilíbrio.

Na verdade, ainda ecoa em nossos ouvidos "eles não sabem o que estão fazendo".

Não sabem ou não querem saber? Será que ainda repetimos as velhas formas do culto judaico:

"bonitos por fora e cheios de podridão por dentro"? A quem afinal de contas pretendemos enganar.

Será que a mensagem não é clara? Será que nos parece impossível alcançar essa excelência de "homem de bem" e nos conformamos em ser "homem de aparência", que, entretanto, sabe que um dia verá a consciência despertar em intensa frustração e sentimento de culpa por haver negligenciado oportunidade excelente de fazer-se melhor?

Ninguém constrói para ninguém, cada um é o responsável por si mesmo. Não adianta querer arrastar consigo quem se recusa a caminhar. O crescimento pessoal é um ato de assunção, ou seja, o indivíduo deve assumir o desejo de renovar-se, de ser melhor, enquanto isso não acontece distrai-se com os velhos hábitos que acalenta, fazendo de conta que a vida é uma grande colheita de gozos e satisfações egoisticas, renovadas e reiventadas todos os dias, porque são estéreis em si mesmas.

Adverte-nos Joanna de Ângelis em um de seus textos que nada do que for vivido como sensação e prazer será motivo de contentamento além do instante em que se dá. A verdadeira felicidade e plenitude ainda parece ser aquele dita por Chico, a do dever cumprido. A da busca do bem sem trégua.

Podemos continuar querendo ser ignorantes. Podemos até sê-lo, em verdade. Porém, ninguém está impedido de estudar e esclarecer-se, de ser melhor e mais humano. De respeitar o semelhante e compreender a transitoriedade das coisas no planeta.

Possivelmente , se O Cristo estivesse entre nós e fosse martirizado em algum tipo de reality show, bem ao gosto da leviandade de nossa geração, diria: "Em verdade, o que alegarão para justificar o que estão fazendo?"

Porque a nossa IGNORÂNCIA, agora , é uma opção calculada e insana.
Nery

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Nada deve nos afligir


Enquanto estamos no mundo
queremos tudo certinho:
casa, conforto, comida,
amizade, amor e carinho.

Nas lutas de cada dia,
esperamos sempre o melhor:
conquistas, dinheiro, prazer,
a felicidade ao nosso redor.

Mas a vida é um roteiro
de lições que desconhecemos,
às vezes o que dá certo, é perda,
e o ganho é quando perdemos.

Parece uma difícil conclusão,
porque ninguém espera o fracasso;
mas o que é sucesso pra uns,
é o que lhe vai causar embaraço.

Assim, nada deve nos afligir,
deixemos as exigências de lado,
com trabalho e perseverança
o mais nos será acrescentado.

E se o sonho e a fantasia
nos fascinarem o coração e a mente
lembremos de Jesus e sigamo-lo,
pensando em amar unicamente.

Joanna escreve sobre Integridade


Em tempos de completa falta de crença nas atitudes humanas, faz-se necessário refletir seriamente sobre um tema muito importante: a integridade.
E ninguém melhor do que Joanna de Ângelis, com sua sabedoria e experiência, para nos auxiliar nessa reflexão. Em suas palavras ressaltam-se o valor do conhecimento espiritual para o ser humano e a necessidade de fazer luz na consciência, através de uma conduta verdadeiramente cristã. Não é fácil, por certo, seguir esse roteiro, mas ninguém, também, poderá fugir dele, porque estamos todos nas teias do processo evolutivo que nos impulsiona para adiante, mesmo quando pensamos em estacionar.



Integridade

A integridade moral do ser humano é um compromisso que deve ser mantido em relação à vida, por meio do qual se haurem valores que enriquecem, predispondo para a plenitude.
A vulgarização dos sentimentos, que decorre da massificação devoradora dos ideais e da individualidade, responde pela paulatina perda dos requisitos que constituem a integridade moral.
A artificial necessidade de conseguir-se o triunfo a qualquer preço tem conduzido os seus aficionados à perda do significado primordial da existência, que é a sua espiritualização, ora colocada em plano secundário ou mesmo nem sequer pensada, desde que os interesses imediatos, fixados no prazer e no desfrutar, rejeitam os demais valores, anteriormente cultivados com respeito e sacrifício.
Certamente, a revolução industrial e tecnológica alterou o comportamento dos indivíduos em relação a conceitos castradores predominantes no passado, mais preocupados com a aparência do que com a realidade.
Estribados em propostas perversas e impeditivas do autodescobrimento, tornaram-se responsáveis pelo atual repúdio, quase automático, a tudo quanto signifique mecanismo de iluminação, mediante a renúncia e o sacrifício pessoal.
Tais propostas parecem afrontar a razão contemporânea, desencaminhando-a dos seus objetivos práticos e imediatos, conseguidos a duras penas culturais e emocionais.
Sucede, no entanto, que, sem abdicar-se do raciocínio, antes adotando-o, torna-se indispensável considerar a fugacidade do corpo e do seu notável mecanismo, preparando-se o ser para o prosseguimento da evolução em outra condição no campo da energia.
Essa transitoriedade orgânica tem gerado o hedonismo, a ambição desenfreada para o desfrutar intensamente das concessões que são oferecidas, enquanto é tempo, porque, de um para outro momento chega a morte, anulando tudo e a tudo consumindo, conforme se pensa nessa filosofia imediatista.
A conclusão, eminentemente materialista, é falha, porque o gozo que se deriva do abuso é perturbador, quando não mortal. Ademais, o prazer, em si mesmo, satura após fruído, deixando sensação de incompletude, de frustração. Em face desse resultado, foge-se na direção de novas buscas utópicas, procurando-se justificativas para os comportamentos extravagantes e inconseqüentes.(...)
Torna-se inadiável a redescoberta da integridade moral do indivíduo.
Integridade de pensamento, de palavra e de ação.
Mediante a integridade o suborno e a corrupção cedem lugar à ordem e à vivência dos significados profundos da vida.
Redescobrir a integridade, neste momento de conflitos e danos de todo porte, é alternativa única, por certo, para tornar o indivíduo autêntico perante si mesmo, o seu próximo e Deus.

Joanna de Ângelis
Psicografia Divaldo Franco. Do livro: Diretrizes para o Êxito

terça-feira, 29 de abril de 2008

Os homens e Jesus


Recebi um e-mail falando sobre um filme intitulado Corpus Christi , em que Jesus aparece junto a seus discipulos como um grupo de homossexuais. Pesquisando na Internet soube que tal filme, na verdade, não existe. Pelo menos até agora não se tem notícia de sua realização.

Entretanto, há uma peça teatral, de mesmo nome, que teve estréia em 1988 nos Estados Unidos apresentando a mesma temática do suposto filme.

Não é de se estranhar notícias como essa e mesmo as realizações artísticas que se tem feito sobre a pessoa de Jesus. A tendência de certos intelectuais, ao longo do tempo, é retratar Jesus como um fraco, humilhado, ou como um homem comum com todas as fraquezas humanas.

Que o Senhor renasceu entre nós, vestindo um corpo de carne transitório, não padece dúvidas. Mas nivelar sua condição moral às nossas mazelas de seres ainda animalizados e imperfeitos é algo que traduz complexos mecanismos de sentimentos de inferioridade e ignorância.

Não podendo compreender as reais engrenagens da vida, não podendo subir até ao Mestre, por sublimação e renovação, muitos preferem diminui-lo em sua grandeza, ao mesmo tempo em que depreciam o sentido de sua missão, com o intuito de instalar o caos.

Os que assim procedem, são verdadeiros médiuns das trevas, espalhando a confusão sobre a personalidade do Cristo esperam espalhar a descrença, deixando a todos na vala comum da falta de esperança e na desconfiança em relação a mensagerm libertadora do Senhor.

Tais fatos continuarão ocorrendo enquanto permenecermos distantes Dele, mergulhados na fascinação dos sentidos, acreditando que o prazer do corpo liberta, quando só aprisiona e gera desdobramentos de resgates e dores .

Ninguém se engane. Ninguém se espante. Deixem que vociferem os incautos e os perversos, o dia do despertamento deles chegará, a lei das vidas sucessivas existe para a educação do espirito.

Cada um, a seu turno, trabalhe e persevere, com responsabilidade e respeito a todos, lembrando que o Cristo nos tem tolerado desde o início, e permanece impassível, inatacável em sua grandeza, esperando que abandonemos o primitivismo que ainda nos caracteriza para que possamos sair das trevas para a luz.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Um olhar além


Todos os dias despertamos no mundo, após uma noite de sono, cultivando os ideais que caracterizam nossa maneira de viver a vida. De certa forma, são conteúdos emocionais que se cristalizam em termos de expectativas. A expectativa de conquistar um melhor ganho financeiro, a expectativa de encontrar um grande amor, a epectativa de conseguir destaque social, a expectativa de ter poder e controle sobre as coisas, enfim, tudo é sentido como ausência. Realizar-se é alcançar alguma coisa que está fora da própria individualidade.
Esta maneira de encarar as coisas apresenta dois resultados: ou a pessoa sente-se permanentemente frustrada, pois nunca atinge ou obtém tudo o que deseja; ou começa a sentir-se inferior, incapaz, incompetente para alcançar suas metas.
O problema das aquisições existenciais assim se coloca, evidenciando uma miopia da maioria dos indivíduos para o que seja o real sentido do existir e quais as prioridades que devem nortear a conduta de cada um.
Enquanto permanecemos nessa roda-viva do ter para ser, só adquirimos mesmo desencanto e ônus para as nossas consciências, porque estaremos deixando de lado o que realmente importa.
Ser feliz, é óbvio, é uma meta de todos. Porém a felicidade geralmente não está onde a enxergamos. E o próprio resultado da vida para muitos já provou isso, mas as pessoas esquecem as lições e voltam a incorrer nos mesmos enganos, ferindo-se e machucando-se como já o fizera de outras vezes.
O Espírito Joanna de Ângelis nos adverte: " A ansiedade pela aquisição de valores sem valor real, produzem contínua perturbação que afeta o sistema emocional dando curso a insidiosas enfermidades de consequênsias funestas."
Encontrar a felicidade e a paz em roteiros mentirosos só nos leva a atrasar o próprio passo na conquista de entendimento e compreensão reais das verdades do ser imortalista que somos.
E se tudo isso, por vezes, parece dificil, reflitamos com Joanna , nas palavras que seguem, sobre o que é necessário para o equilíbrio e a paz:
"Basta que não ambiciones em demasia, que corrija os ângulos
da observação da vida, que ames e perdoes, que te entregues às
mãos de Deus que cuida das "aves do céu" e dos "lírios do
campo" e que, por fim, cumpras fielmente com teus deveres."

Desta forma, certamente, conseguiremos olhar um pouco mais além e não nos permitiremos apanhar nas armadilhas que, numerosas vezes, nos custam pesados encargos morais .

sábado, 19 de abril de 2008

Três perguntas importantes:

l. Como tenho agido em relação às pessoas ? Será que é a maneira que gostaria que
agissem comigo?

2. Tenho lutado contra minhas imperfeições e procurado evitar os erros da
irreflexão que, certamente, já foram causa de quedas no passado?

3. Que conquistas tenho feito em relação a minha espiritualidade e de que forma
posso verificá-las ?

De acordo com as respostas dadas a essas questões já podemos vislumbrar ,de certa forma, o que nos espera no amanhã. Lembremos que ninguém se torna merecedor de um
paraíso que não ajudou a construir.

Mais um alerta

Não caminhamos no mundo à maneira de aves sem direção, como se cada vivência fosse apenas um desenrolar de acasos compondo o grande caos da existência. Somos seres existindo no tempo e no espaço, a lei de evolução orienta nossa marcha ainda que a ignoremos. No entanto, já tendo a consciência desperta, a vida não pode ser um exercício de acumular horas e contar realizações como se tudo levasse a lugar nenhum. A reflexão é uma necessidade urgente. Amai-vos e instrui-vos, ensinou-nos o consolador. Conscientizai-vos de vossa realidade espiritual, gritam as lições diárias. Aproveitemos o texto abaixo para mais esta parada em nossa corrida pelos bens do mundo e leiamo-lo com o coração. Embora singelo, diz verdades que só pouco a pouco vamos podendo compreender, compreender para vivenciar, vivenciar para ser , verdadeiramente, feliz.


Não tenhais medo

Filhos, não tenhais medo da vida, nas provas e surpresas do caminho;
Não tenhais receio do amanhã, que somente a Deus pertence.
Vivei com alegria e destemor, submissos à Vontade Divina em
qualquer circunstância.
Combatei os vossos erros, todavia compreendei a necessidade de
aprender a lição nos reveses a que ninguém se furta.
Colhei, resignadamente, na gleba que plantastes, sem reclamar dos
espinhos que vos dilaceram as mãos que não souberam separar as urzes do
bom grão.
Que a revolta silenciosa não vos amargure a existência, determinando
as vossas mais veladas atitudes.
Não vos canseis de ser generosos, tolerantes e compassivos.
Amai sem esperar serdes amados.
Cumpri com as vossas obrigações pelo pão de cada dia, recordando-vos
de que o Senhor alimenta os pássaros e veste os lírios do campo...
Não leveis a vida de forma leviana e inconseqüente, sem atinar que as
sombras que rondam os passos alheios também espreitam os vossos.
A dor que nos tira a tranqüilidade é a mesma que nos possibilita tomar
consciência de nossas fragilidades.
Se, de quando em quando, o sofrimento não visitasse o homem, é
possível que ele jamais se interessasse pela transcendência da Vida.
Não vos permitais, pois, concessões de qualquer natureza, na
satisfação dos próprios desejos.
Se a ascensão do espírito é infinita, a queda a que voluntariamente se
arroja não conhece limites... Sempre haverá como descer a mais fundo, escuro
e indevassável abismo de dor.
Filhos, vivei somente com a intenção de fazer o Bem, e em tudo vereis
a manifestação da Sábia Providência.
Não tenhais medo e não vos enclausureis na inércia como quem
retrocede e se oculta, com o pensamento de que a Vida não o encontrará,
mais cedo ou mais tarde, para arrancá-lo ao comodismo e trazê-lo de volta à
realidade.

Bezerra de Menezes
Psicografia Carlos Baccelli. Do livro: A corgaem da fé

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ontem e hoje

Ontem o fascínio dos sentidos,
hoje a prova amarga, educativa.

Ontem o desgaste, os excessos,
hoje a fragilidade dos órgãos, doenças.

Ontem tudo gozo, tudo delírio,
hoje céu de cinza e lágrima penitente.

Ontem o descaso, a impulsividade,
hoje tristes pesares a se multiplicarem.

É assim...

Vive o ser na roda das múltiplas vidas
em idas e vindas,
caindo e levantando, iludindo-se,
despertando...

Cuida para que o teu hoje
não se desdobre no amanhã
em contas de difícil ajuste.

Deixa que o teu ontem
se dissolva nas experiências necessárias
e liberta-te das amarras negativas.

Ontem e hoje, hoje e ontem,
desvelando os horizontes
para a evolução do espírito.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Vigilância sem alienação

Jesus recomendou-nos a oração e a vigilância para que soubéssemos caminhar no mundo, sem ceder aos percalços das tentações e dos desequilíbrios que ainda nos assinalam a personalidade primitiva.
Refletindo, maduramente, compreenderemos o porquê dessa recomendação feita pelo Mestre . Em primeiro lugar, como ainda trazemos as marcas do primitivismo latentes em nós, fácil é ceder aos seus reclames, sem maior resistência. Isso em função da força das sensações corporais prazerosas que dominam nosso campo psíquico, levando-nos a repetir práticas consideradas satisfatórias ao bem-estar dos sentidos físicos.
Em segundo lugar, o indivíduo uma vez mergulhando na vivência do prazer e da satisfação começa a crer que a razão da existência é aquele tipo de compensação e passa, não a dominar, mas a ser dominado pelo desejo. Por força da repetição, pelo processo de automatização de impulsos, perde o controle de si e é, exatamente nesse ponto, que os sentimentos mais ancestrais de egoísmo, orgulho e vaidade, começam a produzir uma auto-imagem distorcida daquilo que ele realmente é, e passa, também, a fazer do outro objeto de sua realização, dando espaço para o surgimento da indiferença, da maldade e da crueldade, campo em que ninguém consegue sair-se sem prejuízos sérios para sua jornada evolutiva.
Por fim, tomado de toda essa gama complexa de sensações e vivência, o indivíduo aliena-se de sua condição de espírito imortal; daí a dificuldade de esclarecer aqueles que estão mergulhados na satisfação do ego, quanto a necessidade de se libertarem dessa roda de quedas que se repetem quase sucessivamente até que o ser , entrando numa fase de desgaste, por força de impositivos evolutivos, comece a fazer o caminho de reeducação dos sentimentos, a custa de sofrimentos e lágrimas, tendo que reencontrar em sua caminhada os parceiros ou parceiras de ilusões anestesiantes, para entre provas e dificuldades, reabilitarem-se perante a própria consciência.
Sem dúvida, crescer não é tarefa fácil, o processo de ascensão é árduo e vai requerer de cada um a sua quota de renúncia e perseverança a fim de que possa atingir o altiplano da sublimação de seus impulsos primevos, fazendo surgir o homem novo das citações evangélicas.
Assim, abraça com determinação as provações e empeços que te foram legados pela vida, sem vacilar e sem evadir-se através das fugas espetaculares, cumpre tua missão com a certeza de que só assim poderás conseguir a paz e a segurança para avançar na trilha da tua evolução.
Se orar é imperioso, vigiar é imprescindível, porquanto, quem se deixa levar pelos seus impulsos, termina por despertar em condição de dor e abatimento profundo.
Possamos repetir com o Cristo: eu venci o mundo, para nós, de outra forma, eu venci a mim mesmo. Já que não existe, de fato, outra vitória.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Aos fracos da vontade


Homem levanta o véu do teu futuro,
troca o prazer sensualista e obscuro
pelo conhecimento da verdade.
Foge do escuro ergástulo do mundo
E abandona o Desejo moribundo
Pelo poder da tua divindade.

Teu corpo é todo um orbe grande e vasto:
Livra-o do mal onífero, nefasto,
Com a espada da tua mente, eterno, esplenda,
Dando a teu mundo a mágica oferenda
Da alegria em divina plenitude.

Deixa o conjunto de ancestralidades
Da carne - o eterno símbolo do hades -
Onde o espírito clama, sofre e chora;
Deixa que as tuas glândulas do pranto
Te salvem do cadinho sacrossanto
Da lágrima pungente e redentora

Mas, sobretudo, observa o pensamento
Fonte da força e altíssimo elemento,
Em que toda molécula se cria:
Da existência ele faz sepulcro abjeto
Ou jardim luminoso e predileto,
De arcangélicas flores de harmonia.

Ouve-te sempre a ronda do mistério,
Mas faze de tua alma um grande império
De beleza, de paz e de saúde:
Que as tuas agregações moleculares
Vivam livres de todos os pesares,
Com os tônicos sagrados da virtude.
Tua vontade esclarecida e forte
Triunfará das angústias e da morte
Além dos planos tristes da matéria,
Mas a tua vontade enfraquecida
É a meretriz no báratro da vida,
Amarrada no catre da miséria!


Augusto dos Anjos
Psicografia Chico Xavier. Do livro: Parnaso de Além Túmulo

Ouro-de-tolo



Você já deve ter ouvido a expressão "ouro-de-tolo". E o que é isso?

Ele é amarelo como o ouro. Tem um brilho metálico como o do ouro. Muitas vezes, é encontrado em minas onde há ouro. Mas não é ouro! É o ouro-de-tolo: um mineral conhecido como pirita! Presente em todo o mundo ‐ inclusive no Brasil ‐, ele já fez muita gente de boba, pensando que estava rica, quando, na verdade, continuava pobre, pobre...

A analogia serve bem para nos referirmos à conduta diante da vida, de grande contigente de pessoas. Elas se aferram aos valores do mundo como se fossem uma coisa preciosa, quando na verdade estão atraz de um ouro-de-tolo.

É a imaturidade do senso moral e o completo apego as sensações mais grosseiras do corpo que levam tais criaturas a viver uma espécie de ilusão dos sentidos. Prazer, realização, poder, são para elas atrativos tão fortes que se deixam levar por suas diretrizes sem se dar conta de que todos eles são valores transitórios que se extinguem com a vida física, deixando apenas o saldo positivo ou negativo das ações que motivaram.

Esquecidos, verdadeiramente, de que são espíritos em breve estágio de aprendizagem, apegam-se a propria personalidade, fazendo ressumar dos refolhos do incosnciente profundo, todos os condicionamentos permissivos e ilusórios que ficaram arquivados, e passam a viver como se donos da mais perfeita razão e lógica, que traduzem por "sei o que quero" ,"sou uma pessoa determinada", "tenho meus pontos de vista", "não me interessam os outros" , donde podemos perceber a teia doentia em que estão enredados e da qual serão as maiores vítimas.

Se o ouro-de-tolo das aquisições transitórias ainda produz grande sedução sobre teu espírito, pára um pouco e começa a meditar seriamente, através de conceitos esclarecedores que te permitam ter uma visão realista da vida. Se queres sacrificar séculos por gozos de dias, pensa um pouco mais. Entre delírio e fantasia ninguém consegue ter os pés no chão, para reconhecer o terreno onde pisa.

E mais, lembra-te daqueles que se julgavam ricos e que continuavam pobres, pobres...

Para a contabilidade da vida, isso significa recomeço de aprendizagem. Pois segundo palavras de Joanna de Ângelis: "ninguém atinge a plenitude da montanha sem a vitória pelo vale que necessita ser vencido" .

Não nos enganemos com as aparências

Surgem por toda parte notícias terríveis que parecem denunciar a completa falência da moral humana. Interesses mesquinhos e egoisticos orientam mentes para a consecução de ações bárbaras, em que se revelam as fixações nos baixos instintos. A cobiça, a corrupção, a sexolatria , a vaidade enlouquecida, parecem estabelecer um império de forças tirânicas a se perpetuarem , dominando todos os que se lhes alinham na mesma faixa de vibrações degradantes. Diante de todo esse contexto, por vezes alguns indagam: Mas onde está Deus?
Leiamos o texto a seguir para que ,refletindo com maturidade, possamos compreender melhor os quadros da vida, invariavelmente perpetrados pelo próprio ser, julgando-se inatingível e que, em verdade, apenas demonstra a ignorância e o fascínio doentio de que é portador.

Ante a Bondade de Deus
Quando a feição do mal se afigure terrível, a ponto de insinuar nos espíritos mais valorosos a falsa suposição de que se encontram à frente da derrota do bem, medita nos recursos de Deus e prossegue na execução do dever que as circunstâncias te atribuem para que o bem prevaleça.
Não te intimidem opiniões do desânimo, pareceres da dúvida, ameaças do crime ou exigências da inquietação.
Continua leal à tarefa edificante que a vida te reservou.
Medo e aflição alastram-se, geralmente, ante as arremetidas do mal; no entanto, a Bondade de Deus, sem alarde, intervém nas causas que as produzem, restaurando a segurança da paz e a marcha do progresso.
Tiranos do passado, galardoados com as prerrogativas do poder, esmagaram povos inteiros, fornecendo a idéia de que lograriam perpetuar a iniquidade entre as Nações, mas a bondade de Deus, em silêncio, esperou a renovação que orienta os processos da natureza e, em novas reencarnações, deu-lhes a disciplina dos escravos, na qual aprenderam, louvando o sofrimento, quanto dói a ferida dos que foram situados em servidão.
Malfeitores arguciosos, que a posse do ouro tantas vezes conserva impunes estenderam orfandade e viuvez, oferecendo a impressão de que propiciariam à ganância, força de lei sobre a Terra, mas, em silêncio, a bondade de Deus esperou a grande transformação que lhes competia e, em novas reencarnações, deu-lhes a disciplina dos filhos das regiões desoladas, na qual aprenderam, louvando o sofrimento, quanto dói o cativeiro da penúria e da fome.
Criminosos inteligentes, garantidos pelo favor das convenções sociais, estabeleceram o império temporário da delinquência afetiva, parecendo arrasar toda a conceituação de respeito e de amor, entre as criaturas, mas, em silêncio, a bondade de Deus esperou pelas metamorfoses inevitáves da vida e, em novas reencarnações, deu-lhes a disciplina do corpo enfermo, na qual aprenderam, louvando o sofrimento, quanto dói o infortúnio dos que foram atirados ao desequilíbrio emotivo.
Trabalha e confia no setor do bem que o mundo te entregou. E, quando o mal se alteie, diante de ti, prometendo esgotar-te todas as reservas de serviço e de resistência, confia e trabalha, mesmo assim, na certeza de que, acima de todas as nossas forças podes contar, invariavelmente, com os recursos de Deus.

Emmanuel
Psicografia Chico Xavier. Do livro: Escrínio de Luz