É incrível como temos uma percepção distorcida de nós mesmos. E quando ainda chegamos a cogitar disso, porque a grande maioria da humanidade se encontra de tal forma mergulhada nas malhas do automatismo de pensamentos e ações que nem se dá conta dessa realidade.
Quando é que a pessoa acorda para tais reflexões?
Ocorre, via de regra, por acúmulo de erros e por persistência na ilusão, gerando uma saturação que vai levar o ser a perceber seus anseios de crescimento em oposição a seu mundo íntimo conturbado e infeliz.
Em muitos casos, e parece que no plano espiritual isso seja mais comum, a pessoa envergonha-se de sua inferioridade, principalmente quando observa a condição de outros irmãos desfrutando paz e felicidade que ainda não pode experimentar. Então surge a compreensão de que os lances de sua caminhada se deram pelo processo de sintonia e apego às paixões transitórias, determinando escolhas e atitudes que levaram a conseqüências danosas.
Todos renascemos com um projeto de edificação para a conquista de elevação espiritual, seja por missão, sacrifício ou expiação. Ao passo que aprendemos e avançamos evolutivamente rumo a novos estágios conscienciais. A vida não é um passeio para diversão, nem uma estrada para aventuras inconseqüentes, tem propósitos sempre elevados que nos escapam pela insipiência de nossas faculdades intelectivas e pela permanência nos instintos primitivos.
O auto-conhecimento é,por isso, o primeiro e fundamental passo para que o indivíduo torne-se ciente da dinâmica existencial, mas não é tudo. Conhecer-se é um processo progressivo e contínuo, e para que se vá concretizando é imprescindível uma disposição firme para não se errar, para evitar cair nas teias das fantasias ligadas aos sentidos físicos, isso porque tudo o que vivenciamos por muito tempo, vai se automatizando e, assim, só a perseverança em novas atitudes que substituam aquelas viciosas poderão proporcionar libertação.
Muitos se assustam com tais conceitos, mas lembremos o Evangelho quando diz que não é necessário cubramos nossas cabeças com cinzas e nos afastemos das coisas do mundo, mas, antes, vivamos no mundo lembrando que somos espíritos e que todas as nossas atitudes serão um dia pesadas na balança que trazemos dentro de nós mesmos, auferindo o que é bom e o que não é. Passando ao processo de reajuste e correção. Por isso o apóstolo Paulo disse: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”.
Por ser um direcionamento das leis que nos governam, por mais que as pessoas fujam ou retardem o próprio amadurecimento, ele vai acontecer. Todos já sabemos que a Terra é uma escola de almas, e numa escola quando não aprendemos, repetimos de ano, e é isso que acontece com muitos, até que cansados de se iludirem, despertem em um nível de compreensão diferente.
Deus nos ama profundamente. E Jesus também . Por isso veio até nós para ensinar-nos o caminho para a conquista de nós mesmos. “Eu venci o mundo” – não está aí dito. E ele nos aguarda, pacientemente, até que descortinemos os horizontes da espiritualidade superior rumo a uma condição de paz e plenitude.
Nery
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