sexta-feira, 13 de junho de 2008

A verdadeira Conquista

Joanna de Ângelis conta uma historinha que deve servir de motivo de reflexão a todos nós. Conclui com uma visão do panorama em que todos estamos inseridos, cumprindo a cada um a consciência de agir em função de reveter o quadro com que nos deparamos e do qual somos partícipes e criadores.



"Como se pode distinguir o bem do mal? O bem é tudo o que é conforme a lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la."
(O livro dos Espíritos, de Allan Kardec).

O jovem imaturo deslumbrava-se com as constelações cintilantes no firmamento e planejava conquistá-las.
Quando os primeiros momentos de compreensão mais ampla lhe afloraram à mente, percebeu a impossibilidade de conseguir as galáxias, e achou possível conquistar a terra que lhe servia de mãe gentil.
As lutas amadureceram-no e as dificuldades aumentaram-lhe a visão da realidade, facultando-lhe a impossibilidade de lograr o anelado e, amando a pátria onde nascera, acreditou que a poderia conquistar. Empenhou-se no embate arriscado, ganhou
posição social e poder, porém, a soma de decepções e amarguras fê-lo desistir do intento e ele pensou em conquistar a comunidade na qual se movimentava.
Injunções políticas favoreceram-no com os cargos elevados, e, quando o destaque parecia havê-lo premiado, as artimanhas da hostilidade dos grupos beligerantes derrubaram-no.
Mais amadurecido ainda e pensativo, voltou-se para a família, e, enquanto a velhice se acercava, ele se empenhou em conquistar o clã.
Os interesses díspares no lar e na prole expulsaram-no, porque ele já pesava na economia doméstica, superado, no conceito dos jovens sonhadores e ambiciosos quanto ele próprio o fora um dia...
Nesse momento ele teve consciência da sua realidade e, só então, entendeu a importância de conquistar-se a si mesmo.
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Volúpia do prazer domina as massas, e as criaturas ansiosas tumultuam-se e agridem-se, precipitando-se inermes nos gozos exaustivos sem que saciem os desejos.
A onda de vulgaridade se avoluma e ameaça levar de roldão as construções enobrecedoras da sociedade.
Uma violenta quebra de valores favorece o receio da experiência honrada, abrindo espaço para o campeonato da insensatez e do crime.
A mudança de comportamento moral altera a escala do discernimento, ombreado com a sordidez e a promiscuidade.
Nesse sentido, há um receio pela eleição da existência saudável, da conduta moral. Exótico e agressivo substituem o belo e o pacífico, dificultando o discernimento em torno do real e do imaginário, do justo e do ignóbil.
Há carência de grandeza, de amor, de abnegação, nestes momentos da terra. As grandes nações encontram-se conturbadas e os seus membros aturdidos.
Os povos de médio desenvolvimento apresentam-se ansiosos, inseguros.
Os países em crescimento, vitimados pela miséria econômica, experimentam a fome, as doenças calamitosas, o desemprego, a loucura, que se generalizam.
Em todos eles, no entanto, sobressaem a violência, a luxúria e a dissolução dos costumes.
A criatura agoniada, todavia, busca outros rumos de afirmação. Está, porém, em a natureza humana, a necessidade da paz e o anelo pelo bem-estar. Essa busca surge nos momentos de consciência, quando descobre as necessidades legítimas e sabe distingui-las no meio dos despautérios, do supérfluo e da desilusão.

Joanna de Ângelis
Psicografia Divaldo Franco. Do livro Momentos de Meditação

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