segunda-feira, 30 de junho de 2008

Amor e Desapego

As circunstâncias da vida são sempre caminhos para aprendizados maiores.Há temas que devem fazer parte de nossas reflexões diárias, para que não sejamos surpreendidos pelos fatos inevitáveis da existência. Em seu livro, O VÔO DA GAIVOTA, Patrícia tece alguns comentários sobre a questão do Amor e do desapego. É só um breve exemplo dos assuntos ali abordados, se ainda não leu as obras de Patrícia, faça-o, é uma leitura fácil e enriquecedora. Você pode conseguir os livros até na internet. Dê esse presente a você. Nada melhor do que uma boa leitura, que educa, esclarece e conduz à compreensão da verdadeira felicidade. Eis o texto:


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- Patrícia, por que não falamos um pouco sobre o amor?- disse Heloísa. - Sobre o Amor e o desapego.
O assunto era deveras fascinante, tentei elucidar a turma.
-Amar, de forma egoísta, todos os seres humanos o fazem, nem que seja a si mesmos. Mas o amor de forma verdadeira, sem egoísmo e posse, é que demonstra que aprendemos. Ao amar verdadeiramente, anulamos erros e irradiamos alegrias em nossa volta. Amar e desapegar-se dos seres que amamos não é fácil. Os encarnados, no aprendizado para se desprender do que lhes é caro, chegam a ter sensações de dor, porque sentem sufocada sua ilusão de ter. É necessário amar tudo, mas sabendo que isso
nos é emprestado. E por quem? Pelo nosso Criador. Lembremos que com objeto emprestado, cuidado dobrado. Sim, realmente, o que temos, nos é emprestado, já que não somos donos das coisas materiais, não possuímos nada. Nosso amor pelas coisas deve ser sensato, para usar o que nos é permitido, sem abusar. E também dar valor à casa que nos serve de lar, às roupas que vestem o corpo, ao local em que trabalhamos, onde recebemos o necessário para o sustento material, enfim, a todos os objetos que nos são úteis. Porém, teremos um dia que deixar isso para outros, e que os deixemos da melhor forma possível, a fim de que eles possam desfrutar dos objetos emprestados tanto quanto nós. Até o corpo físico temos que devolver à natureza. E essa devolução como é difícil para muitos. Até aí, parece fácil, embora saibamos que muitos, possuídos pelo desejo de ter, se esquecem desse fato e se apegam a coisas , objetos , julgando ser deles, mas, quando desencarnam,não querem deixá-los e a eles ficam presos. Há uma parte mais difícil, que é amar nossos entes queridos sem apego. Quase sempre nos julgamos insubstituíveis junto daqueles que amamos, pensando amá-los mais que ninguém, e ser indispensáveis na vida deles. Apegamo-nos assim às pessoas, esquecendo que elas também são amadas por Deus e que somos companheiros de viagem, cabendo a cada um caminhar com seus próprios passos. E, ainda, muitas vezes nessas caminhadas, somos levados a nos distanciar um do outro, embora afetos sinceros não se separem. Podem estar ausentes, não separados. Deixar que nossos afetos sigam sozinhos, sem nós, é algo que devemos entender. É o desapego. Ao desencarnar, ausentamo-nos do convívio de nossos entes queridos e, se não entendermos isso, consideraremos essa ausência como separação definitiva. É preciso aprender a amar com desapego, ampliar o número de nossos afetos, sem a ilusão da posse. Se formos chamados a nos ausentar, pela desencarnação, continuemos a valorizá-los, respeitando-os, ajudando-os. Estaremos no caminho do desapego, e continuaremos a amá-los da mesma forma.

Patrícia
O Vôo da Gaivota. Psicografia de Vera lúcia M. de Carvalho

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