sábado, 31 de maio de 2008

A verdade de cada um


Ter um blog às vezes é abrir a página e começar a divagar um pouco. São tantas coisas sobre as quais podemos falar, mas a verdade é que poucas interessariam às pessoas de um modo geral. Mesmo este espaço, que pretende algumas abordagens de caráter reflexivo voltado para temas como espiritualidade, espiritismo, psicologia humana, sem pretensão de ser científico ou dono de alguma verdade, mesmo aqui, no ponto exato de tais conjecturas, são poucos os que se interessam pelos temas.
Neste momento eu pensava: gostaria de ser profundo, gostaria de alargar os horizontes de minha mente e poder dizer aos outros as realidades que percebo ante meu intelecto e meus sentimentos. E me pergunto: Será que interessaria a alguém?
E a pergunta tem um significado, a grande maioria das pessoas estão mergulhadas a tal ponto nas ilusões da vida material que para elas falar de transcendência humana, falar do sentido da vida, é quase que uma aberração. Muitos estão por aí sentados em bares, participando de festas agitadas, fazendo sexo indiscriminadamente, usando drogas, entorpecendo a alma, enfim, e a vida para esses não passa disso. Por muito que digam crer em alguma coisa além, não conseguem viver, não conseguem, na verdade, pensar além do imediatismo dos momentos transitórios em que se empanturram de algum tipo de alimento psíquico que os façam sentir-se vivos, embora se julguem mortos e, talvez, toda essa busca desenfreada de sensações seja o sinal mais evidente de que se sentem mortos.
Parece paradoxal. Mas muitas coisas na vida são paradoxais. Principalmente nós seres humanos.
E é aí que eu pensava na questão da expansão da consciência. Diante dessas reflexões fica fácil entender porque os espíritos amigos dizem que a maioria desperta no além com graves problemas conscienciais. Esquecem que são seres inteligentes destinados a perfeição,que significa domínio da razão sobre os instintos e vivência em harmonia com as leis divinas , vivem uma vida animalizada, e isto não se faz impunemente. E o motivo é bem simples: a lei de Deus está escrita em nossas consciências. E por mais fujamos de nossas reais responsabilidades, haveremos de encontrá-las adiante com as mesmas feições ou até piores.
Alguns acreditam que tal argumentação é um mero repetitório de fórmulas verbais destinadas a atemorizar os fanáticos e os fracos. E bradam que o importante é ser feliz. Só que esquecem um detalhe: a Morte vai chegar mais cedo ou mais tarde. E aí a coisa fica séria. A não ser que se acredite que depois da morte vem o nada, alguma coisa há de resultar de todas as nossas ações no mundo.
Se a maioria pudesse se ver, com mais clareza, como quem olha do alto, quem sabe desenvolveria um senso-crítico mais apurado, quem sabe não se deixasse levar tão facilmente por conceitos equivocados e errôneos, quem sabe tivesse mais amor por si mesmo e buscasse um caminho de paz e equilíbrio.
Sei que são meras conjecturas. Sei que alguns certamente torcerão o nariz, não quererão nem ler essas páginas. Mas uma coisa é certa. A verdade de cada um vai aparecer mais cedo ou mais tarde.


Nery

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Ao Encontro da Sombra

Em seu livro, Ao Encontro da Sombra, Connie Zweig e Jeremiah Abrams afirmam:

“O lado escuro não é nenhuma conquista evolucionária recente, resultado de civilização e educação. Ele tem suas raízes numa sombra biológica, que se baseia em nossas próprias células. Nossos ancestrais animalescos, afinal de contas, sobreviveram graças às presas e às garras. A besta em nós está viva, muito viva — só que a maior parte do tempo encarcerada.”
Estamos no terreno das manifestações humanos inconscientes, em que a temática do Ego é outro ponto de grande interesse.
A maioria dos seres humanos desconhecem os motivos subjacentes a suas atitudes e comportamentos. Não se detém a analisar a si mesmos e vivem uma verdadeira alienação do ponto de vista dos caminhos que escolhem.
Toda essa visão da psique humana se enriquece com a compreensão de que todo ser humano é uma entidade espiritual em um corpo de carne, verdade essa que, por ser ignorada ou não aceita, impede que as doutrinas psicológicas e psicanalíticas avancem em seus postulados para uma abordagem mais autêntica da criatura humana.
Sem considerar que um indivíduo é o resultado não só das influências hereditárias, mas também dos atos praticados por ele em vidas passadas, ficamos brincando de estabelecer hipóteses para as manifestações da personalidade de uma pessoa.
Esse elo, que estabelece uma relação lógica entre tempo e espaço, é visto apenas na superfície pelas doutrinas que desconsideram a lei das vidas sucessivas, embora apresentem muitas teorias válidas num sentido restrito, no todo se perdem por não conseguir chegar a uma formulação coerente e lógica do complexo mecanismo que o psiquismo apresenta.
E perdem-se nos velhos chavões “da mãe culpada” , “da sexualidade reprimida” , “da castração infantil” , entre tantas outras postulações que no dizer de um psicanalista reencarnacionista, não passam de uma forma pueril e simplista de encarar a realidade.
É certo que a maioria da população não está muita interessada em refletir sobre tais temas, até porque o nível de consciência predominante em nossos dias, tomando de empréstimo uma classificação psicanalítica é o de “sono” , ou seja, a preocupação é comer, beber, fazer sexo e basta. Porém, considerando que ninguém escapa do processo evolutivo, tais reflexões terão de chegar um dia para todos.
Vencer o animal em nós é tarefa hercúlea de reeducação e mudança de condicionamentos. As idéias psicanalíticas tem, a sua maneira, tentado ajudar, apesar de que desconsideram o essencial e formulam soluções inadequadas.
Cada um conscientize-se e faça a viagem do conhecer a si mesmo, não há outro caminho para se conquistar a felicidade e ascender espiritualmente rumo a estágios cada vez superiores.




O que estamos buscando


A vida é mágica em suas oportunidades,
todos temos sonhos, ideais, esperanças
e eles são importantes na medida
em que podemos conhecer mais
sobre nós mesmos...

O que faz a felicidade de uns,
nem sempre é o que faz a felicidade de outros.
Mas o que todos estamos buscando de verdade
é o AMOR.


Não há nada mais angustiante que a solidão.
Nada é mais cruel que o abandono.
Nada é mais doloroso do que a perda.

Entretanto, todos vamos tirando das experiências
a força para seguir sempre em frente.
Embora machucados, embora feridos,
levamos dentro de nós a certeza
de que algum dia, em algum lugar , a plenitude do amor
se realizará em nós...

Assim, uma canção, um filme, uma obra de arte,
vão retratando sentimentos
que experimentamos e nos fazem humanos
e nos ensinam que tudo passa, tudo se renova,
e despertamos em outras manhãs ensolaradas
para glorificar a vida, que é eterna,
em todos os sentidos.



sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ânimo Firme

Enquanto vivemos no mundo,
envergando um corpo de carne,
muito pouco nós sabemos
sobre as experiências que vivenciamos...

Abraçamos com grande afã
alegrias e contentamentos,
mas surge a desdita, a dor , a rude batalha
logo sentimo-nos feridos e ao abandono.

Tudo é bênção do amor
para o nosso crescimento,
por isso é preciso coragem
e ânimo firme em todos os momentos.

Infortúnio verdadeiro é fazer outros infelizes,
é querer construir sobre os escombros do outro,
seus castelos de fantasia e ilusão,
sem considerar a sementeira que está produzindo.

Assim , sejam quais forem as provas e amarguras
que hajas de colher na vida, mantém a cabeça em pé,
lembra que o crescimento se faz entre altos e baixos
e que a consciência íntegra te dará a paz que esperas.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

AS COISAS QUE FICARÃO

Corre-se tanto na vida
atrás de coisas perdidas...

De muito dinheiro que fica
nos cofres e contas bancárias.

De corpos bonitos e perfeitos
que logo murcham e se acabam.

De posição, de destaque, de títulos,
que depois ninguém se lembra.

De autoridade, poder, supremacia,
que apenas atormentam quem os têm.

Ah, humanidade!
Humanidade!

Há tantas coisas importantes
e que andam esquecidas...

O perdão àquele que erra,
às vezes apenas por incúria.

A convivência com a família,
o abraço, o sorriso, a conversa amiga.

A visita ao doente sozinho e triste,
A solidariedade a quem sofre e expia.

A simplicidade de saber-se pequeno
ante a grandeza do universo e do saber...

A oportunidade de acertar,
mesmo que outros não o queiram fazer.

Ah, essas coisas é que ficarão
e o que não as tiver cultivado
sentirá o coração vazio e frio
com a certeza que viveu de ilusão.

Nery

Que Ignorância é essa?


A frase de Jesus: "Perdoai-lhes, porque eles não sabem o que estão fazendo." Num momento em que vivia a agonia da cruz, revela não só a grandeza de seu espirito cheio de amor, como aponta para todos nós um dos maiores problemas que enfrentamos em relação a nossa condição de seres em evolução: trata-se da IGNORÂNCIA .

Não saber é ignorar, desconhecer. Jesus se referia à ignorância espiritual daquele povo que se aferrava aos valores mundanos e materiais a ponto de perpetrar o crime do sacríficio de semelhantes em favor do orgulho, da vaidade e da arrogância pessoais.

O clamor do Mestre naquele momento foi um ato de profunda piedade e , ao mesmo tempo, enunciava o quanto aqueles espíritos necessitariam aprender, em reencarnações futuras, em relação ao verdadeiro sentido da vida e da consideração pelo próximo, tão bem definida na expressão: "amai-vos uns aos outros como eu vos amei."

Essa ignorância que, naquele tempo ,tinha sua razão de ser, dado o primarismo das consciências envolvidas naquele cenário de revelações e testemunhos, poderia servir de desculpa para a nossa atual sociedade humana?

Depois de mais de vinte séculos de cristianismo, pode o ser humano pretextar ignorância a respeito das verdades de sua condição espiritual?

Não terão sido claras todas as lições e advertências propagadas ao longo do tempo, repetidas diuturnamentes sobre a realidade neste mundo? Não teria a humanidade como um todo motivo de sobra para compreender que a vida é transitória e dela nada se leva, só as virtudes ou os defeitos?

Assim deveria ser. Mas infelizmente não é o que acontece. Encontramo-nos ainda profundamente ligados aos valores materiais, enquanto repetimos textos belíssimos que falam de despreendimento. Continuamos cultivando vícios e atitudes indignas, remanescentes das velhas incursões carnais, muitas vezes, repetindo preces comovidas que enunciam nosso desejo de alcançar o "reino dos céus" .

Permanecemos querendo dominar, impor, ditar regras, fazer-se maior que os outros. Enquanto exalçamos a urgência da humildade e do amor ao próximo, do bom-senso e do equilíbrio.

Na verdade, ainda ecoa em nossos ouvidos "eles não sabem o que estão fazendo".

Não sabem ou não querem saber? Será que ainda repetimos as velhas formas do culto judaico:

"bonitos por fora e cheios de podridão por dentro"? A quem afinal de contas pretendemos enganar.

Será que a mensagem não é clara? Será que nos parece impossível alcançar essa excelência de "homem de bem" e nos conformamos em ser "homem de aparência", que, entretanto, sabe que um dia verá a consciência despertar em intensa frustração e sentimento de culpa por haver negligenciado oportunidade excelente de fazer-se melhor?

Ninguém constrói para ninguém, cada um é o responsável por si mesmo. Não adianta querer arrastar consigo quem se recusa a caminhar. O crescimento pessoal é um ato de assunção, ou seja, o indivíduo deve assumir o desejo de renovar-se, de ser melhor, enquanto isso não acontece distrai-se com os velhos hábitos que acalenta, fazendo de conta que a vida é uma grande colheita de gozos e satisfações egoisticas, renovadas e reiventadas todos os dias, porque são estéreis em si mesmas.

Adverte-nos Joanna de Ângelis em um de seus textos que nada do que for vivido como sensação e prazer será motivo de contentamento além do instante em que se dá. A verdadeira felicidade e plenitude ainda parece ser aquele dita por Chico, a do dever cumprido. A da busca do bem sem trégua.

Podemos continuar querendo ser ignorantes. Podemos até sê-lo, em verdade. Porém, ninguém está impedido de estudar e esclarecer-se, de ser melhor e mais humano. De respeitar o semelhante e compreender a transitoriedade das coisas no planeta.

Possivelmente , se O Cristo estivesse entre nós e fosse martirizado em algum tipo de reality show, bem ao gosto da leviandade de nossa geração, diria: "Em verdade, o que alegarão para justificar o que estão fazendo?"

Porque a nossa IGNORÂNCIA, agora , é uma opção calculada e insana.
Nery

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Nada deve nos afligir


Enquanto estamos no mundo
queremos tudo certinho:
casa, conforto, comida,
amizade, amor e carinho.

Nas lutas de cada dia,
esperamos sempre o melhor:
conquistas, dinheiro, prazer,
a felicidade ao nosso redor.

Mas a vida é um roteiro
de lições que desconhecemos,
às vezes o que dá certo, é perda,
e o ganho é quando perdemos.

Parece uma difícil conclusão,
porque ninguém espera o fracasso;
mas o que é sucesso pra uns,
é o que lhe vai causar embaraço.

Assim, nada deve nos afligir,
deixemos as exigências de lado,
com trabalho e perseverança
o mais nos será acrescentado.

E se o sonho e a fantasia
nos fascinarem o coração e a mente
lembremos de Jesus e sigamo-lo,
pensando em amar unicamente.

Joanna escreve sobre Integridade


Em tempos de completa falta de crença nas atitudes humanas, faz-se necessário refletir seriamente sobre um tema muito importante: a integridade.
E ninguém melhor do que Joanna de Ângelis, com sua sabedoria e experiência, para nos auxiliar nessa reflexão. Em suas palavras ressaltam-se o valor do conhecimento espiritual para o ser humano e a necessidade de fazer luz na consciência, através de uma conduta verdadeiramente cristã. Não é fácil, por certo, seguir esse roteiro, mas ninguém, também, poderá fugir dele, porque estamos todos nas teias do processo evolutivo que nos impulsiona para adiante, mesmo quando pensamos em estacionar.



Integridade

A integridade moral do ser humano é um compromisso que deve ser mantido em relação à vida, por meio do qual se haurem valores que enriquecem, predispondo para a plenitude.
A vulgarização dos sentimentos, que decorre da massificação devoradora dos ideais e da individualidade, responde pela paulatina perda dos requisitos que constituem a integridade moral.
A artificial necessidade de conseguir-se o triunfo a qualquer preço tem conduzido os seus aficionados à perda do significado primordial da existência, que é a sua espiritualização, ora colocada em plano secundário ou mesmo nem sequer pensada, desde que os interesses imediatos, fixados no prazer e no desfrutar, rejeitam os demais valores, anteriormente cultivados com respeito e sacrifício.
Certamente, a revolução industrial e tecnológica alterou o comportamento dos indivíduos em relação a conceitos castradores predominantes no passado, mais preocupados com a aparência do que com a realidade.
Estribados em propostas perversas e impeditivas do autodescobrimento, tornaram-se responsáveis pelo atual repúdio, quase automático, a tudo quanto signifique mecanismo de iluminação, mediante a renúncia e o sacrifício pessoal.
Tais propostas parecem afrontar a razão contemporânea, desencaminhando-a dos seus objetivos práticos e imediatos, conseguidos a duras penas culturais e emocionais.
Sucede, no entanto, que, sem abdicar-se do raciocínio, antes adotando-o, torna-se indispensável considerar a fugacidade do corpo e do seu notável mecanismo, preparando-se o ser para o prosseguimento da evolução em outra condição no campo da energia.
Essa transitoriedade orgânica tem gerado o hedonismo, a ambição desenfreada para o desfrutar intensamente das concessões que são oferecidas, enquanto é tempo, porque, de um para outro momento chega a morte, anulando tudo e a tudo consumindo, conforme se pensa nessa filosofia imediatista.
A conclusão, eminentemente materialista, é falha, porque o gozo que se deriva do abuso é perturbador, quando não mortal. Ademais, o prazer, em si mesmo, satura após fruído, deixando sensação de incompletude, de frustração. Em face desse resultado, foge-se na direção de novas buscas utópicas, procurando-se justificativas para os comportamentos extravagantes e inconseqüentes.(...)
Torna-se inadiável a redescoberta da integridade moral do indivíduo.
Integridade de pensamento, de palavra e de ação.
Mediante a integridade o suborno e a corrupção cedem lugar à ordem e à vivência dos significados profundos da vida.
Redescobrir a integridade, neste momento de conflitos e danos de todo porte, é alternativa única, por certo, para tornar o indivíduo autêntico perante si mesmo, o seu próximo e Deus.

Joanna de Ângelis
Psicografia Divaldo Franco. Do livro: Diretrizes para o Êxito