terça-feira, 25 de março de 2008

Fatalidade e Livre Arbítrio

Diante de tantas ocorrências com as quais nos deparamos a cada dia, face a balbúrdia que se instala em consequência das atitudes humanas irrefletidas, condicionadas, deseducadas, faz-se mister refletir maduramente para que não venhamos a cair na armadilha de nossas imperfeições, postergando nossas realizações espirituais e nosso crescimento interior , em nome de tendências e gostos que repetem antigas quedas e velhas maneiras de reagir diante da vida, sem uma maior consciência de que somos sempre os herdeiros de nós mesmos. Para ajudar nessa reflexão, segue um texto de Emmanuel que é muito claro e oportuno.

Fatalidade e Livre-Arbítrio

Antes do regresso à experiência no Plano Físico, nossa alma
em prece roga ao Senhor a concessão da luta para o trabalho de
nosso próprio reajustamento.
Solicitamos a reaproximação de antigos desafetos.
Imploramos o retorno ao círculo de obstáculos que nos presenciou
a derrota em romagens mal vividas...
Suplicamos a presença de verdugos com quem cultiváramos o
ódio, para tentar a cultura santificante do amor...
Pedimos seja levado de novo aos nossos lábios o cálice das
provas em que fracassamos, esperando exercitar a fé e a resignação,
a paciência e o valor...
E com a intercessão de variados amigos que se transformam
em confiantes avalistas de nossas promessas, obtemos a bênção da
volta.
Efetivamente, em tais circunstâncias, o esquema de ação surge
traçado.
Somos herdeiros do nosso pretérito e, nessa condição, arquitetamos
nossos próprios destinos.
Entretanto, imanizados temporariamente ao veículo terrestre,
acariciamos nossas antigas tendências de fuga ao dever nobilitante.
Instintivamente, tornamos, despreocupados, à caça de vantagens
físicas, de caprichos perniciosos, de mentiroso domínio e de
nefasto prazer.
O egoísmo e a vaidade costumam retomar o leme de nosso
destino e abominamos o sofrimento e o trabalho, quais se nos fos-
sem duros algozes, quando somente com o auxílio deles conseguimos
soerguer o coração para a vitória espiritual a que somos
endereçados.
É por isso que fatalidade e livre-arbítrio coexistem nos mínimos
ângulos de nossa jornada planetária.
Geramos causas de dor ou alegria, de saúde ou enfermidade
em variados momentos de nossa vida.
O mapa de regeneração volta conosco ao mundo, consoante
as responsabilidades por nós mesmos assumidas no pretérito remoto
e próximo; contudo, o modo pelo qual nos desvencilhamos
dos efeitos de nossas próprias obras facilita ou dificulta a nossa
marcha redentora na estrada que o mundo nos oferece.
Aceitemos os problemas e as inquietações que a Terra nos
impõe agora, atendendo aos nossos próprios desejos, na planificação
que ontem organizamos, fora do corpo denso, e tenhamos
cautela com o modo de nossa movimentação no campo das próprias
tarefas, porque, conforme as nossas diretrizes de hoje, na
preparação do futuro, a vida nos oferecerá amanhã paz ou luta,
felicidade ou provação, luz ou treva, bem ou mal.

Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier. Do livro: Nascer e Renascer

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